Há quem diga que é "a melhor estrada do mundo". A Nacional 222 tem o seu início em Gaia, termina em Almendra, Vila Nova de Foz Côa, e vai bordejando as curvas do rio Douro. No seu troço mais conhecido, 27 quilómetros entre a Régua e o Pinhão, há 93 curvas e uma fórmula matemática determinou, então, que esta é "a melhor estrada do mundo para conduzir".
A Andreia Marques Pereira e o Paulo Pimenta foram tirar a prova dos nove. Saíram de Vila Nova de Gaia, do seu quilómetro 0, e seguiram até Almendra, onde se encontra o seu último marco. Foram, portanto, de um lado ao outro de Portugal, observando as belezas e as mágoas de um país a duas velocidades, a do litoral e a do interior.
"Nas bermas da EN222 há vários mundos", escreve a Andreia que, entre paisagens avassaladoras e dois patrimónios mundiais da UNESCO, encontrou também populações que sentem, e muito, as dores da interioridade e o peso da emigração. "Estamos aqui nas fragas… A gente aqui só tem fragas", exclama Cândida, 86 anos, sentada numa cadeira de plástico em frente à capela de Freixo de Numão. O resto é para ler aqui e é a não perder.
A Mara Gonçalves, por sua vez, leva-nos num passeio à cata de cogumelos pela aldeia do Alcaide, que há 15 anos lançou o Festival Míscaros, e conta-nos como a autarquia do Fundão se prepara para criar a primeira reserva micológica do país.
Por fim, o Luís Octávio Costa apresenta-nos Ricardo Nascimento, realizador e explorador aquático que se centra na defesa das orcas, das pradarias marinhas do atol de São Brandão e de todos os seres e sítios que não falam mas têm personalidade. Mergulhemos com eles.
Bom fim-de-semana e boas fugas!