O que mais lhe interessa na literatura é poder participar através dela na conversa sobre o tempo em que vive. Paul Murray fez esse exercício em A Picada de Abelha e chegou a finalista do Booker em 2023.

Foi como aprender outra forma de escrita. A literatura do irlandês saiu de Dublin e instalou-se na ruralidade das Midlands – onde encontra "uma espécie de cristalização da experiência irlandesa", mas que fala para todos, sobre a condição humana.

 
           
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          A nova série do AXN está pronta para o colar ao ecrã

A nova série do AXN junta tudo o que se gosta num thriller: personagens intensas, reviravoltas inesperadas e uma história que não nos deixa desviar o olhar.

         
           
 

O lugar pode mudar, mas o tempo da escrita de Murray é sempre o presente. Não se imagina a fazer romances históricos. "Para mim, escrever no presente é o adequado, permite-me fazer o que quero, que é precisamente deixar-me perder. Interessa-me ser um humano agora, pensar o que é viver na ascensão do fascismo, que achei uma impossibilidade durante a maior parte da minha vida, por ser uma ideia muito estúpida", disse a Isabel Lucas.

Numa edição recheada de livros, ouvimos Bruno Vieira Amaral afirmar: "A felicidade e o bem-estar são quase sempre medidos não por aquilo que se tem, mas por aquilo que falta. Passamos a vida a tentar atenuar os efeitos do que nos falta, num esforço para nos convencermos de que não é assim tão importante." Uma nutritiva entrevista com o romancista, com o novo Toda a Gente Tem Um Plano como prato principal.

Para algo completamente diferente, juntamos Jeremy Dauber com Ricardo Araújo Pereira para conversar sobre Os Judeus e a Comédia, uma "história muito séria" escrita pelo primeiro. Reencontram-se sábado, em Braga, no festival Utopia.

A peça de teatro A Vida Secreta dos Velhos, sábado e domingo na Culturgest, Lisboa, espreita a vida íntima daqueles que são levados para instituições onde se sentem infantilizados. Em palco, dizem o que lhes apetece. Gonçalo Frota conversou com o encenador Mohamed El Khatib.

A nova exposição de Vhils na Galeria Vera Cortês, em Lisboa, versa sobre a impermanência dos edifícios, a precariedade de todas as barreiras. "Mais do que a palavra, é a acção o que me deixa em paz", disse o artista a João Sousa Cardoso, professor universitário que assina este olhar para o artista.

Também neste Ípsilon:

– As exposições de Francisco Tropa em Serralves e de Ana Vieira em São João da Madeira;

– Filmes: Bowling Saturno; Reas; Quando Chega o Outono; Emmanuelle; e Herege;

– Música: os novos discos de Manuel Faria (com quem conversámos), Primal Scream e Haley Heynderickx.

E não só. Boas leituras!


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