Sporting com fome de golo na estreia de João Pereira

Eliminatória com Amarante foi de sentido único, com bis de Marcus Edwards e “hat-trick” de assistências de Daniel Bragança.

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Trincão enviou bola ao poste antes de assistir Harder para o terceiro golo dos "leões" JOSÉ SENA GOULÃO / LUSA
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João Pereira não podia pedir uma entrada em cena como treinador do Sporting mais fulgurante, marcada pela goleada (6-0) imposta ao Amarante por uma equipa que mostrou a mesma fome e faro de golo da versão de Amorim.

O Sporting decidiu a passagem aos "oitavos" numa primeira parte sem hesitações ou dúvidas, com quatro golos e dois remates ao ferro, deixando o adversário da Liga 3 sem argumentos para evitar outra saída.

Com sete alterações relativamente ao último “onze” de Ruben Amorim — conjunto que teve de esmerar-se para evitar um dissabor em Braga —, o Sporting de João Pereira não diferiu muito do que garantiu a final a quatro da Taça da Liga frente ao Nacional da Madeira, também em Alvalade, em que Marcus Edwards fez o primeiro jogo a titular.

O extremo inglês, ainda à procura da forma ideal depois de ausência por lesão (somava 143 minutos repartidos por supertaça, campeonato e Taça da Liga), aproveitou a chamada e o contexto para encaminhar a eliminatória, indicando aos 10 minutos, em iniciativa individual, o caminho dos oitavos-de-final.

Apesar do dispositivo vincadamente defensivo, um 5x3x2 que não encontrou muitas abertas para os desdobramentos imaginados pelo Amarante, os “leões” cravaram mais dois golos antes da primeira meia hora de jogo. Ricardo Esgaio (15’) finalizou um lance com o selo de Daniel Bragança, que fez a segunda de três assistências da noite.

Com o Amarante a perder a timidez e a surgir com perigo num par de incursões à área de Kovacevic, o Sporting voltou à carga. Até ao descanso, mais dois golos e duas bolas nos ferros da baliza do Amarante vincaram bem a diferença entre o líder invicto da Liga I e o segundo classificado da Série A da Liga 3.

Conrad Harder, herói da eliminatória anterior, em Portimão — jogo em que bisou, evitando o prolongamento aos 90+4’ —, assinou, à segunda tentativa, o terceiro golo da noite. O dinamarquês, depois de não ter conseguido emendar um remate de Trincão que o poste devolveu, manteve a serenidade necessária para colocar a bola nas redes de Didi, sempre com Trincão a puxar pelo avançado destacado para cumprir o papel de Gyökeres.

O Amarante, que detinha o melhor ataque da prova, sabia que já nada poderia fazer para complicar a estreia de João Pereira. Evitar uma goleada de maiores proporções passava a ser a maior preocupação, ideia que sofreu um abalo mesmo a acabar a primeira parte, quando Daniel Bragança completou o “hat-trick” de assistências e ofereceu a Marcus Edwards a possibilidade de bisar (45’). Isto, depois de Fresneda ter tirado tinta à barra.

Com a eliminatória decidida, João Pereira podia começar a gerir sem problemas a recepção ao Arsenal, para a Champions. Totalista na dupla jornada da Liga das Nações, o dinamarquês Hjulmand pôde descansar, com Morita a assumir o meio-campo.

Mais fresco, depois de adiada a estreia na selecção portuguesa, Quenda foi a jogo. St, Juste, primeiro, e Gonçalo Inácio 20 minutos mais tarde, foram poupados. Nessa altura, Trincão já tinha ampliado a vantagem (57’) numa triangulação com Harder, aumentando igualmente o brilho da exibição.

O Sporting esperava pelo apito final, mas sem abdicar de novo golo, que Gyökeres viu por duas vezes negado pelo poste, antes do penálti que fechou a goleada e que o sueco não perdoou, mas que só serviu para punir um Amarante que nunca teve a mínima hipótese de sair vivo de Alvalade.

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