Países Baixos fazem história na Taça Davis
Ao derrotar a Alemanha, os neerlandeses vão disputar a final da centenária competição.
É uma das mais longas rivalidades na Taça Davis, iniciada em 1933, e que tem sido favorável à Alemanha, mas os Países Baixos estão determinados em contrariar a tendência e, em Málaga, somaram a segunda vitória (consecutiva) em oito duelos entre ambas as selecções e com um bónus: ao fim de 185 eliminatórias realizadas desde 1920, os neerlandeses vão pela primeira vez disputar a final.
Tal como em 2001, quando venceram a selecção alemã pela primeira vez na competição, os Países Baixos ganharam os dois singulares – na altura, à melhor de cinco encontros, o terceiro ponto foi conquistado pelo par Sjeng Schalken e Paul Haarhuis, agora capitão da equipa. A oitava eliminatória entre Alemanha e Países Baixos começou com a vitória de Botic Van de Zandschulp (80.º no ranking ATP) sobre Daniel Altmaier (88.º), por 6-4, 6-7(12/14) e 6-4, mas só ao fim de duas horas e 42 minutos e após desperdiçar nove match-points, cinco do quais no tie-break que decidiu a partida de 77 minutos.
No segundo encontro, Tallon Griekspoor (40.º) superou Jan-Lennard Struff (43.º), pelos parciais de 6-7 (4/7), 7-5 e 6-4. O neerlandês de 21 anos aproveitou as condições rápidas do court instalado no Palácio de Deportes José María Martín Carpena e assinou 25 ases e ainda mais 17 winners, além de ter anulado os dois break-points que enfrentou, ambos no oitavo jogo do segundo set.
“Temos andado a falar sobre isto há dois ou três anos. Sempre que viemos aqui tivemos quadros incrivelmente difíceis, mas acreditámos muito em nós próprios. Sempre sentimos que era possível. Fazer isto agora parece inacreditável. Estou tão feliz pela equipa e pelos Países Baixos. Apenas tentei concentrar-me no meu próprio jogo. Senti que ele estava a jogar um ténis incrível e eu não falhei muito no primeiro set. Estou super-orgulhoso de mim mesmo, super-orgulhoso do esforço e muito feliz por, no fim, conseguir a vitória”, disse o tenista.
Após a conclusão dos encontros, houve uma cerimónia para assinalar, aos 35 anos, o fim da excelente carreira do neerlandês Wesley Koolhof na variante de pares – variante onde foi número um do ranking em 2022 e conquistou 21 títulos –, acentuando a festa laranja das centenas de adeptos neerlandeses presentes nas bancadas.
Este sábado será conhecida a outra equipa finalista que sairá do confronto entre a Itália e a Austrália, numa reedição da final de 2023, ganha pelos italianos, que ergueram a “saladeira” pela primeira vez desde 1976. A composição de ambas as equipas é praticamente a mesma e serão lideradas pelo número um mundial, Jannik Sinner, e Alex de Minaur (9.º).