Técnicos do INEM e ministério ainda “distantes” quanto à valorização salarial

Sindicato propôs valorização de cerca de 600 euros, ministério terá proposto cerca de 100. Nova reunião marcada para 11 de Dezembro.

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Sindicato propõe como salário de início da carreira um valor a rondar os 1580 euros Daniel Rocha (arquivo)
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A primeira ronda negocial entre o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar e o Ministério da Saúde terminou com algumas aproximações em relação à proposta de revisão da carreira. Mas ainda “distante” da expectativa dos técnicos em relação à revisão salarial. A próxima reunião está marcada para o dia 11 de Dezembro.

À entrada do encontro, no Ministério da Saúde, o presidente do sindicato falou num “dia histórico” com o início das negociações. No entanto, Rui Lázaro deixou um aviso: se a proposta do ministério “for muito abaixo da expectativa e não houver margem de aproximação”, a negociação poderá acabar e voltarão a estar em cima da mesa novas acções de luta.

“Concluímos que podemos continuar a negociar. Convergimos consideravelmente na questão da revisão da carreira, mas estamos mais distantes na valorização salarial. Mas não é uma distância que nos impeça de continuar a negociar. Avançaremos para novas propostas na próxima reunião”, disse Rui Lázaro no final da reunião e antes de se dirigir à Assembleia da República, onde o sindicato será ouvido a propósito da situação do INEM.

Na proposta apresentada ao ministério, o sindicato propõe como salário de início da carreira um valor a rondar os 1580 euros, “para se iniciar as negociações”. São cerca de mais 600 euros do que o valor actual de início de carreira. Também está em cima da mesa uma desmultiplicação da carreira em mais categorias, permitindo uma progressão ao final de cinco anos com base nas competências adquiridas nesse período.

A proposta do ministério, adiantou, foi de “uma subida de duas posições” na remuneração, o que significa “cerca de 100 euros”. Um valor, assumiu, “muito longe” da proposta que apresentaram. Quanto à revisão da carreira, o ministério “mostrou disponibilidade para haver uma reformulação”.

“Confesso que esperava que a proposta [de revisão salarial] do Ministério da Saúde fosse mais ambiciosa e mais próxima da nossa expectativa”, assumiu Rui Lázaro. Reconhecendo que numa negociação nunca será possível às duas partes terem 100% do que desejam, o presidente do sindicato mostrou-se “optimista". "Continuaremos a negociar”, adiantou, dizendo-se "confiante de que é possível chegar a um acordo.”

O protocolo negocial assinado entre o sindicato e o ministério contempla quatro pontos: a revisão salarial e da carreira, um acordo colectivo de trabalho e a avaliação de desempenho.

Questionado, o responsável disse que o sindicato não tem linhas vermelhas, mas afirmou que “é inegável” que quer “ver a carreira reformulada e uma valorização salarial que permita ser cativante”, quer para os profissionais que já estão nos quadros do INEM, quer para aqueles que irão, no futuro, integrar o instituto.

Segundo o presidente da Comissão de Trabalhadores do Instituto de Emergência Médica, ouvido esta amanhã na Comissão Parlamentar de Saúde sobre a situação do INEM, "só no mês de Setembro foram contabilizadas 28 mil horas extras". Relativamente a este tema, Rui Lázaro salientou que, “ao longo dos últimos anos”, o INEM foi “assegurando cada vez mais a base de serviço com horas extraordinárias”.

"Mesmo com as horas extraordinárias, já não se consegue garantir a operacionalidade nem de todos os meios de emergência médica, nem de todos os pontos de atendimento nas centrais de emergência, e foi isso que nos trouxe ao estado actual", acrescentou. "Apesar dependência" das horas extras, com "o esforço dos técnicos" tem-se mantido uma resposta superior à que se estava a conseguir nos últimos meses.

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