Governo estuda saída dos serviços e tribunais do Campus da Justiça devido a rendas

Contrato de arrendamento caduca a 1 de Maio de 2026, mas foi autorizada a sua renovação por oito anos. De 2008 até agora Estado já gastou 222 milhões de euros em rendas.

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Campus da Justiça, no Parque das Nações, foi inaugurado em 2009 Pedro Cunha
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O Governo criou um grupo de trabalho para definir a saída dos serviços e tribunais do Campus da Justiça de Lisboa até 2034, cujo arrendamento representou um encargo de 222 milhões de euros desde 2008.

A este grupo de trabalho, constituído por um despacho publicado esta quinta-feira em Diário da República, cabe apresentar um plano estratégico de saída dos serviços, tribunais e organismos do Campus da Justiça até 31 de Janeiro próximo.

"Celebrado a 3 de Junho de 2008, o contrato de arrendamento do Campus da Justiça de Lisboa representa, na presente data, um encargo para o Estado de valor superior a 222 milhões de euros", refere o despacho assinado pela secretária de Estado da Justiça, Maria José Barros.

Segundo o documento, apesar das tentativas de renegociação do contrato "não foi possível evitar o progressivo aumento do montante das rendas". Perante isto, e na impossibilidade de encontrar soluções alternativas para a realocação dos serviços, tribunais e organismos que ocupam os edifícios do campus até ao final do prazo do actual contrato de arrendamento, que caduca a 1 de Maio de 2026, foi autorizada a sua renovação por oito anos, até 30 de Abril de 2034.

Esta alteração contratual foi autorizada no pressuposto de ser iniciado de imediato o processo de definição de um plano estratégico para o Campus de Justiça de Lisboa, com a colaboração de todos os organismos e entidades do sector, cuja implementação deverá ser concretizada dentro do novo prazo de renovação do contrato, adianta ainda o despacho.

No âmbito da renovação do contrato, nos últimos três anos da sua vigência - de 1 de Maio de 2031 a 30 de Abril de 2034 - será aplicada uma diminuição do valor da renda mensal, correspondente à libertação da Torre H e de 216 lugares de estacionamento, o que "pressupõe a procura de soluções imediatas para a realocação dos organismos que utilizam" esses espaços, adianta o despacho. São eles o Instituto de Registos e Notariado, o Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos de Justiça e a Direcção-Geral da Administração da Justiça.

O documento determina ainda que o plano estratégico deverá ter como linhas orientadoras a procura de soluções alternativas à realocação dos serviços e tribunais, mas também incluir cenários ou modelos de organização e realocação, com as respectivas vantagens, desvantagens, consequências e condições de execução.

O grupo de trabalho inclui, entre outras entidades, representantes dos ministérios da Justiça e das Finanças, da Câmara de Lisboa, do Conselho Superior da Magistratura, da Polícia Judiciária, da Ordem dos Advogados, do Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais, da Polícia Judiciária, do Instituto de Registos e Notariado e de várias direcções-gerais.

Localizado no Parque das Nações, o campus foi inaugurado em Junho de 2009, concentrando, na altura, cerca de 2.400 magistrados e funcionários da justiça distribuídos por 11 edifícios, que alojavam 21 tribunais e serviços.