IL vota contra aumento de pensões proposto pelo PS e Chega, PCP não inviabiliza
Voto contra da IL, PSD e CDS não é suficiente para que a proposta de aumento de pensões do PS chumbe, já que a expectativa é que PCP, Bloco de Esquerda e Livre votem a favor.
A Iniciativa Liberal anunciou, esta quinta-feira, que votará contra os aumentos de pensões propostos pelo Partido Socialista e pelo Chega. Por outro lado, o PCP assegurou que não irá inviabilizar as propostas. Para que a iniciativa dos socialistas seja aprovada, precisa contar com o voto favorável de toda a esquerda, isto depois de o Chega ter confirmado que se vai abster. Como todos os partidos de esquerda são favoráveis a uma actualização, para além da prevista na lei, das pensões, há a expectativa de que a proposta do PS seja viabilizada.
Rui Rocha afirmou, esta quinta-feira, que a IL se opõe à subida estrutural das pensões proposta tanto pelo PS como pelo Chega e, por isso mesmo, votará contra as iniciativas. "O foco deve estar no crescimento económico, para que a fórmula das pensões reproduza esse crescimento económico e não em subidas adicionais, para além daquilo que está previsto na lei, estruturais, que obrigam depois o país a aumentar a sua despesa. Portanto, eu penso que é uma má decisão do PS e é uma má decisão do Chega de viabilizar", disse o presidente dos liberais, citado pela agência Lusa.
Por outro lado, Paulo Raimundo garantiu, esta quinta-feira, que o PCP não vai inviabilizar nenhuma das propostas de aumento das pensões. Qualquer aumento "que venha acima daquilo que a lei obriga, é sempre bem-vindo. Portanto, não é por nós que isso será inviabilizado", assegurou o secretário-geral do PCP. Assim, para não inviabilizar a subida proposta pelo PS, os comunistas terão que a votar favoravelmente, não bastando a abstenção.
Na quarta-feira, tinha sido o Chega confirmar o seu sentido de voto no que diz respeito à proposta de aumento de pensões do PS, que prevê uma subida de 1,25% nas pensões até aos 1565 euros. Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, o líder do partido, André Ventura, vincou que o Chega se vai abster na votação. Também o Chega pretende uma subida nas pensões de 1,5%.
Tendo em conta a actual relação de forças no Parlamento, para que a iniciativa socialista seja aprovada precisa que toda a esquerda vote a favor. Se PCP, Bloco de Esquerda e Livre votarem favoravelmente, então a proposta do PS garante 91 votos a favor – mais três do que PSD, CDS e Iniciativa Liberal juntos (88 deputados). As iniciativas sobre pensões devem ser votadas na especialidade na próxima terça-feira, dia 26, no entanto, pode ser adiada até ao último dia previsto para votações (28 de Novembro).