Jovens valem 40% das vendas do Passe Ferroviário Verde

CP diz que foram vendidas 30 mil assinaturas deste passe em um mês, das quais 61% são novas. Já foram realizadas mais de 70 mil reservas no Intercidades.

Foto
Passe Ferroviário Verde entrou em vigor no passado dia 21 de Outubro Manuel Roberto
Ouça este artigo
00:00
03:17

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

Num mês, foram vendidas 30 mil assinaturas do Passe Ferroviário Verde, de acordo com a CP. Em comunicado, a empresa pública diz que, deste número, “61% são novos passes, enquanto 39% dos clientes fez a reconversão de assinaturas já existentes”.

Os dados, refere a CP no seu balanço, revelam “uma elevada adesão dos jovens, demonstrando a preocupação desta faixa etária com uma mobilidade mais verde e sustentável e a opção por viagens mais acessíveis”.

Assim, diz a empresa, “23% dos passes foram adquiridos por jovens entre os 21 e os 30 anos, a que se somam mais 17% de assinaturas de jovens até aos 20 anos”, o que dá um total de 40% de passageiros com passe verde até aos 30 anos.

Uma das novas características deste passe, que custa 20 euros por mês, é a inclusão do serviço do Intercidades, em segunda classe, embora seja necessário reservar com até 24 horas de antecedência. De acordo com a CP, “já foram realizadas mais de 70 mil reservas de viagens em comboios Intercidades”.

No dia 7 de Novembro, o ministro que tutela os transportes, Miguel Pinto Luz, já tinha feito um primeiro balanço no Parlamento, referindo que tinham sido vendidos 22 mil passes ferroviários verdes em três semanas. Deste número, referiu o ministro, 59% foram adquiridos por novos utilizadores, o que, sublinhou, indicou que "a elasticidade do preço funcionou".

No ano passado, recordou Pinto Luz, foram vendidos 12.460 passes ferroviários nacionais (o anterior título de transporte nacional, criado pelo anterior Governo socialista, que custava 49 euros e que só abrangia os comboios regionais).

O Passe Ferroviário Verde, que entrou em vigor no dia 21 de Outubro, tem um custo estimado de 18,9 milhões de euros por ano, pagos por compensação à CP através do contrato de serviço público.

A primeira estimativa do executivo apontou para uma abrangência de 29,9 milhões de passageiros. Além da segunda classe dos Intercidades (a primeira classe ficou excluída deste passe), clientes da CP podem viajar nos comboios regionais, InterRegionais (segunda classe), Urbanos de Lisboa e Porto (mas apenas fora das áreas cobertas pelos passes intermodais metropolitanos) e nos Urbanos de Coimbra.

De acordo com os dados da CP, em 2023 foram registados 173,3 milhões de passageiros, mais 17% face ao ano anterior. Conforme noticiou o PÚBLICO, este crescimento ocorreu por via da área de Lisboa, com subida em linhas como a de Cascais e de Sintra, tendo sofrido uma descida de 6% no longo curso.

Em comunicado, Pinto Luz refere que os números do passe são “um sucesso” que “só foi possível graças ao profissionalismo, dedicação e empenho dos trabalhadores da CP”.

Esta foi, considera, numa análise à política do seu Governo, “uma forte adesão a uma medida revolucionária, que tem como objectivo trazer mais pessoas para o comboio, tornar a mobilidade acessível a todos e promover a coesão territorial”.

“A CP é uma empresa com 168 anos, pronta para responder aos desafios do futuro. Uma empresa com profissionais empenhados, preparada para entrar no mercado da alta velocidade em Portugal”, sublinha. O Governo, assegura, “está comprometido com o investimento na ferrovia”.

Sugerir correcção
Ler 3 comentários