Preços das entradas em museus e monumentos aumentam a partir de Janeiro

Tabela para 2025 dos equipamentos tutelados pela Museus e Monumentos prevê aumentos que chegam a sete euros em alguns dos mais visitados, como a Torre de Belém ou o Palácio Nacional dos Coches.

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A Secretária de Estado da Cultura, Lurdes Craveiro, a ministra Dalila Rodrigues e o presidente da Museus e Monumentos, Alexandre Pais, na bilheteira do Palácio da Ajuda, em Agosto de 2024, testando o novo regime de 52 entradas gratuitas por ano Nuno Ferreira Santos
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A Museus e Monumentos de Portugal (MMP) vai aumentar as entradas na maioria dos equipamentos que gere a partir de Janeiro de 2025, segundo despacho publicado esta quinta-feira no Diário da República.

Assinado pela secretária de Estado da Cultura, o diploma homologa a nova tabela de preços que vigorará a partir do dia 1 de Janeiro, e que prevê que a generalidade dos bilhetes normais, que já tinham tido um pequeno aumento em Maio, sofra agora aumentos entre dois e sete euros.

As entradas em alguns equipamentos culturais vão aumentar para o dobro, de cinco para 10 euros, como sucederá no Museu Nacional de Etnologia, em Lisboa, no Museu Nacional da Música, que abrirá em Mafra em 2025, ou ainda no Paço dos Duques de Bragança, em Guimarães.

Os maiores aumentos, de sete euros, verificam-se em alguns dos equipamentos mais visitados do país, como é o caso da Torre de Belém, do Museu Nacional dos Coches (que inclui entrada no Picadeiro Real), do Museu Nacional de Arqueologia e dos Palácios Nacionais da Ajuda e de Mafra, que passam todos de oito para 15 euros, enquanto no Mosteiro dos Jerónimos o valor passará de 12 para 18 euros, num acréscimo de seis euros.

Outros museus verão as suas entradas aumentar cinco euros, como o Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, o Convento de Cristo, em Tomar, e o Mosteiro de Alcobaça, nos três casos de 10 para 15 euros.

Há ainda vários equipamentos cujo bilhete normal custava oito euros e passará a custar dez euros, nomeadamente o Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado, em Lisboa, o Museu Nacional Resistência e Liberdade, em Peniche, o Museu Nacional Grão Vasco, em Viseu, o Museu Nacional Machado de Castro, em Coimbra, e o Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto.

Outros museus ficarão com os preços inalterados, como o Museu Nacional do Traje e o Museu Nacional do Teatro e da Dança, ambos em Lisboa, cujas entradas se manterão a cinco euros. Ambos sofrerão obras no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, pelo que estarão encerrados durante parte próximo ano.

O documento hoje publicado em Diário da República também inclui a revisão do regime de gratuitidade dos museus, monumentos e palácios nacionais da MMP, criado pelo Governo para garantir o acesso gratuito a estes equipamentos em 52 dias por ano a todos os cidadãos residentes em território nacional.

Ainda quanto ao acesso gratuito a museus, monumentos e palácios, desde Agosto que os menores de 12 anos, acompanhados por adulto, passaram a não ter limite de entrada, e o mesmo sucede com visitantes em situação de desemprego residentes na União Europeia, e ainda investigadores e profissionais de museologia e/ou património.

Na mesma condição de entrada livre estão conservadores e restauradores em exercício de funções, membros de organizações nacionais ligadas ao património, trabalhadores dos organismos tutelados pelo Ministério da Cultura e os incluídos no Registo dos Profissionais da Área da Cultura.

Finalmente, desde Agosto que esta gratuitidade foi também alargada a professores e alunos de qualquer grau de ensino em visita de estudo, a grupos com comprovada carência económica, a membros de grupos de amigos de museus e monumentos, ou ainda a voluntários do sector do património, entre outros.

Na quarta-feira, o presidente da MMP, Alexandre Pais, alertou, numa audição na Assembleia Municipal de Lisboa, que há vários museus e monumentos, em particular na capital, a ultrapassar os seus limites. "Quando já temos espaços completamente no limite da sua capacidade, como o [Mosteiro dos] Jerónimos, que é de facto um caso muito preocupante, a Torre de Belém e mesmo o [Museu Nacional do] Azulejo, que estão a ultrapassar a sua capacidade, temos de ter uma alternativa", alertou Pais.

"Estamos numa fase de encontrar estratégias", frisou Alexandre Pais, que salientou a ideia de que não há turistas a mais, estão é mal distribuídos, sendo necessário encontrar soluções para levar a cabo essa distribuição, quando a perspectiva de um novo aeroporto deverá permitir dobrar o actual número de visitantes.

As estatísticas de 2023 "mostram que, nos 38 museus, monumentos e palácios nacionais agora geridos pela MMP se verificou um aumento de visitantes na ordem dos 10% comparativamente com o ano anterior, o que representa cerca de mais 444 mil visitas ao longo do ano".

Entre os equipamentos culturais mais visitados em 2023, o Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, lidera com 965.526 entradas, seguido pela Fortaleza de Sagres, com 427.817 visitantes, e pelo Castelo de Guimarães, com 387.570.