Pais de escola na Estrela, em Lisboa, preocupados com “aulas perdidas em greves sucessivas”

Encarregados de educação da Escola nº 72 Bartolomeu de Gusmão enviaram uma carta a Fernando Alexandre e Carlos Moedas devido ao impacto das greves, assim como das condições do equipamento escolar.

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Carta foi assinada por mais de 80 pais e encarregados de educação Adriano Miranda
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Um grupo com mais de 100 pais e encarregados de educação da Escola nº 72 Bartolomeu de Gusmão, na Estrela, em Lisboa, escreveu uma carta aberta em que alerta as entidades competentes para o “impacto que as greves resultantes das reivindicações do pessoal não docente desta escola tem no ensino e no bem-estar e desenvolvimento dos alunos”. O documento em que se mostra uma “profunda preocupação com as aulas perdidas em greves sucessivas”, é dirigida aos gabinetes do ministro da Educação, Fernando Alexandre; do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas; e da vereadora com o pelouro da Educação no município de Lisboa, Sofia Athayde.

Na carta, os encarregados de educação referem que desde o início do ano lectivo que os alunos da Escola nº 72 Bartolomeu de Gusmão já perderam mais de uma semana de aulas, devido às greves que têm paralisado escolas em Lisboa e no resto do país. “Esta é uma situação que contribui para a desigualdade no acesso à educação das crianças e jovens, que são o futuro do nosso país, prejudicando também as famílias que são obrigadas a reorganizar-se, forçadas a levar os seus filhos para o local trabalho, ou mesmo perdendo dias de trabalho para poderem ficar com os filhos em casa”, expõem no documento, assinalando que não são indiferentes aos motivos que levam pessoal docente e não docente a recorrer às greves.

Contudo, referem que, embora o rácio de pessoal não docente estar formalmente cumprido, “o desgaste destes profissionais perante a actual estrutura do seu dia de trabalho é visível e tem comprometido o funcionamento normal das escolas”. Como tal, exigem “respostas claras e concretas” às entidades a quem dirigem a carta, que incluem: saber se o número e rácio de pessoal não docente contratado para as escolas públicas é suficiente para as necessidades das escolas; conhecer as razões pelas quais os salários dos profissionais não docentes não têm sido revistos; entender as razões para a ausência de progressões nas carreiras destes profissionais; ter conhecimento das medidas que a Câmara Municipal de Lisboa pode tomar a curto prazo para minimizar mais paragens durante este ano lectivo.

Além disso, indicam que a escola já está “há cinco anos a funcionar em instalações ‘provisórias’”, que foram cedidas pela Junta de Freguesia da Estrela, e que têm “as condições espacialmente desadequadas para uma vivência temporal já tão prolongada”, por isso querem saber quando irá ter a comunidade da Escola nº 72 Bartolomeu de Gusmão “instalações condignas para o exercício das funções que desempenha”.

“As nossas crianças e jovens merecem ter uma voz! O seu acesso à educação é um direito fundamental e um investimento para o futuro do nosso país”, declaram no documento.

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