A Espanha Verde quer seduzir mais portugueses. E prepara o maior corredor ecoturístico da Europa
Galiza, Astúrias, Cantábria e País Basco são a España Verde. O Norte de Espanha veio ao Norte de Portugal para conquistar mais portugueses. E apresentar o mega projecto do seu Corredor Ecoturístico.
Para melhor evidenciar a força das ligações de Portugal com Espanha, particularmente com a Galiza, Xosé Merelles até brinca com o seu apelido, dizendo como, de facto, poderia ser confundido com o de alguns portugueses. O director do Turismo da Galiza esteve Vila Nova de Gaia, acompanhado de outros representantes do turismo vizinho, para apresentar boas razões para os portugueses escolherem o Norte de Espanha como destino de passeios, particularmente a marca España Verde, que une quatro comunidades autónomas espanholas. E não são é só o Caminho de Santiago de Compostela que vale a pena.
A marca Espanã Verde - uma união da Galiza com Astúrias, Cantábria e País Basco -, teve em 2023 uma apresentação em Frankfurt, mas, como sublinha Merelles, fazia todo o sentido também apresentá-la com destaque no país vizinho. “Escolhemos fazê-lo este ano [no Norte de Portugal] pela relação transfronteiriça que temos com toda a região”, adianta o responsável, destacando o valor do mercado português, “não apenas pela proximidade geográfica, mas também pela afinidade cultural que temos em comum”, aponta.
Consigo, o responsável pelo Turismo da Galiza, trouxe o chef basco Iñigo Lavado, que, juntamente com os ingredientes, vinhos e sidras típicos das quatro regiões do Norte de Espanha, procuraram conquistar pela boca os jornalistas, operadores turísticos, agências de viagens, autarquias assim como personalidades ligadas ao sector dos vinhos e da gastronomia, presentes na apresentação da passada quinta-feira, que decorreu na Quinta dos Barões.
“Norte de Espanha? É um destino um pouco específico, onde se vai quase sempre com um propósito”, ia-se ouvindo pelos corredores do espaço, mas a verdade é que o Norte de Espanha pode ser uma verdadeira caixinha de surpresas. Com “56 restaurantes galardoados com estrelas Michelin, grutas com arte pré-histórica declarada Património da Humanidade pela UNESCO, 42 espaços naturais protegidos, 2.500 quilómetros de costa marítima e mais de 30 vias verdes exclusivas a peões e ciclistas”, lê-se no dossiê de imprensa para que não restem dúvidas: o território do norte de Espanha é um território verde, preparado para encher as medidas em todos os sentidos.
Para além disso, o Corredor Ecoturístico Espanha Verde, em fase de finalização, é outros dos grandes projectos a serem desenvolvidos pela marca, existente há 35 anos e que assim ganhará uma vida nova. Com apoio no financiamento por fundos europeus, espera-se que, em breve, este seja um dos maiores corredores ecoturísticos da Europa, integrando “30 espaços protegidos e cerca de 350 empresas turísticas das quatro comunidades, numa aposta clara por novos serviços no turismo sustentável, social e ambiental”, esclarece a marca. A não haver atrasos, deverá ser lançado em 2025.
Para quem procura um destino forte em qualquer estação do ano, a marca promete não falhar, graças às propostas imersivas e sensoriais que apresenta. Uma delas, é a Grande Rota da Espanha Verde. Um roteiro que permite conhecer as quatro regiões do norte da Galiza através de 16 etapas, garantes da “riqueza da paisagem natural protegida, da imponência do património e da arquitectura, da sofisticação da oferta vínica e gastronómica”, como refere Merelles.
Quanto a objectivos para o próximo ano, o responsável destaca o posicionar da España Verde como um destino prioritário para os portugueses, revelando que a tendência de crescimento tem-se demonstrando positiva. Merelles fala ainda em manter o foco nas ligações com os agentes turísticos portugueses, além do alargar "a oferta turística nas quatro regiões, tornando-a mais atractiva e interessante” para os turistas lusos, aponta.
Para os que se convencem pelos números e dados, o responsável já os tem na ponta da língua – “Temos muitos números diferentes em cada região”, destacando que o mercado português é um dos principais da Galiza, representando “44% do turismo internacional"; nas Astúrias, os portugueses ocupam o terceiro lugar; na Cantábria e no País Basco, os dados apontam para uma percentagem de 3,5%.
Mais além de Portugal, a España Verde aposta noutros mercados considerados prioritários como a França, Alemanha, Itália, Reino Unido e Estados Unidos.
Artigo editado por Luís J. Santos