A poesia está de volta aos palcos com Lisbon Poetry Orchestra e Isaac Jaló

A Lisbon Poetry Orchestra leva Os Surrealistas ao palco do Maria Matos, em Dezembro, e Isaac Jaló regressa ao Prisma já no dia 23, com Vermelho Nos Meus Olhos.

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A Lisbon Poetry Orchestra VITORINO CORAGEM
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Já correu vários palcos, desde 2021, e agora chega ao Maria Matos, em Lisboa: trata-se de Os Surrealistas, um espectáculo onde a Lisbon Poetry Orchestra deu voz a oito poetas do movimento surrealista em Portugal, completando-as, num livro-disco homónimo, com um historial do movimento (nacional e internacional), reproduções de pinturas do portuense João Alves e fotografias de Vitorino Coragem. Depois de ter sido “testado” em público em Novembro de 2021 no Centro de Artes de Lisboa (CAL), no Mostra de Artes da Palavra (MAP) em Oeiras, nos Jardins do Palácio de Cristal no Porto e no Castelo de São Jorge, a encerrar a programação do Lisboa na Rua, da EGEAC, termina a digressão no dia 3 de Dezembro no Teatro Maria Matos (21h), com “algumas surpresas” e promessas para 2025.

Nascida a partir de sessões regulares no espaço Poetas do Povo, em Lisboa, há mais de dez anos, a Lisbon Poetry Orchestra é composta por músicos e actores: Alexandre Cortez (baixo eléctrico, teclados), André Gago (voz), Filipe Valentim (teclados), José Anjos (voz), Luís Bastos (saxofone, clarinete), Mário João Santos (bateria, percussões), Miguel Borges (voz), Nuno Miguel Guedes (voz), Paula Cortes (voz) e Sérgio Costa (guitarra eléctrica).

A sua estreia discográfica, em livro-disco, fez-se em 2018, com Poetas Portugueses de Agora (ed. Abysmo), seguindo-se-lhe Os Surrealistas, também em livro-disco ou em CD simples, com produção de Fred Ferreira (bateria, percussões, teclados), como convidados, A Garota Não (voz), Adolfo Luxúria Canibal (voz) e Tó Trips (guitarra eléctrica). Mas o seu trabalho já vinha de trás, quando fizeram um primeiro espectáculo no Festival Silêncio, de onde viriam a resultar a consolidação do grupo e os seus trabalhos posteriores.

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Isaac Jaló DR

Antes, e também no campo da poesia levada a palco, anuncia-se mais um espectáculo de Isaac Jaló, na mesma sala onde tem apresentado a sua obra Peripécias Espaciais e cujo terceiro volume, intitulado M, inclui um sublivro também baptizado com uma só letra, V e estruturado em cinco partes: V de Vácuo, V de Vermelho, V de Vilão, V de Vendetta e V de Vitória. Nascido em Lisboa, no dia 1 de Outubro de 1996, com ascendência guineense, Isaac Jaló volta, no dia 23 de Novembro (às 21h) à sala do Prisma Estúdio (Rua da Palma 268, em Lisboa) para apresentar Vermelho Nos Meus Olhos, Poesia pela justiça social.

Trata-se de um monólogo onde, segundo a produtora Planet Zorb, “o autor reflecte sobre o estado actual da sociedade, através de uma voz de revolta e num espaço livre que convida o público a envolver-se na performance”. Vai fazê-lo na pele do heterónimo que criou, V, de Vendetta, dizendo-se “pela justiça de todas as pessoas e uma voz activa pelas causas sociais como no romance contemporâneo Islâmicos 14:38”, um dos livros de sua autoria, editado em 2018 pela Chiado Books. Antes dele, escrevera Alma Perdida (Universus, 2013), colaborando em publicações independentes como a Orpheu 3, de André Di Santo e participando em encontros de jovens poetas como o Poemacto ou a Poesia Vadia. Integra ainda a antologia poética Bicho Mudo, Viro Bicho (2021), do colectivo Poemacto.

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