Último responsável pela morte do polícia Fábio Guerra condenado a 14 anos de cadeia

Clóvis Abreu terá ainda de pagar uma indemnização de 184 mil euros à família do agente.

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Edificio da discoteca Mome, à frente da qual ocorreu o homicídio Nuno Ferreira Santos
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Clóvis Abreu, o último arguido a ser julgado pelo homicídio do polícia Fábio Guerra defronte da discoteca Mome, em Lisboa, foi condenado nesta terça-feira a 14 anos de cadeia. Terá ainda de pagar uma indemnização de mais de 180 mil euros à família do agente, que morreu na sequência do espancamento de que foi vítima em 2022, ​avançou a SIC Notícias.

Os ex-fuzileiros Cláudio Coimbra e Vadym Hrynko, parceiros de Clóvis Abreu nessa noite, já tinham sido condenados a 17 e 20 anos de cadeia, respectivamente. Tudo se passou a 19 de Março de 2022, já de madrugada. Depois de terem atacado de forma selvática um cliente da discoteca com quem se tinham desentendido, os agressores foram interpelados por vários polícias que se encontravam à civil à porta do estabelecimento, onde tinham ido divertir-se. Os agentes conseguiram travar a agressão, que também podia ter redundado em homicídio, mas em poucos minutos quatro deles foram postos fora de combate, ao murro e ao pontapé.

Já estendido no chão, Fábio Guerra, de 26 anos, continuou a ser pontapeado na cabeça – tal como de resto já havia sucedido com o outro cliente da discoteca. Havia de morrer dois dias depois, na sequência de uma hemorragia intracraniana grave. Dizem as autoridades que o trio tinha uma forma muito peculiar de actuar quando agredia alguém: um deles começava por deitar o alvo ao chão com um murro, e só depois de a vítima cair é que um dos colegas a pontapeava, na cabeça e noutras partes vitais. A sua preparação militar e desportiva permitia-lhes aplicarem socos de tal forma violentos que chegavam a deixar as vítimas inconscientes.

As imagens da videovigilância da Mome e das discotecas contíguas revelaram-se fundamentais para apurar o que se passou naquela noite. Só depois da sua exibição em tribunal, Vadym Hrynko e Cláudio Coimbra resolveram admitir algumas das agressões que perpetraram e, no caso do primeiro, pedir desculpa aos pais de Fábio Guerra. Foram condenados em Junho do ano passado. Já Clóvis Abreu andou fugido à polícia cerca de ano e meio, até se entregar às autoridades em Setembro de 2023. Daí só agora ter sido julgado e condenado. Além de indemnizar a família do polícia, foi também condenado a pagar 24 mil euros ao Hospital de São José, unidade de saúde onde Fábio Guerra esteve internado. O seu advogado, Aníbal Pinto, anunciou que irá recorrer da decisão judicial.

"Ficamos contentes pela condenação pelo crime de homicídio. Quanto à pena de 14 anos, ainda vamos analisar", disse, por seu turno, à agência Lusa o representante legal da família da vítima mortal, Ricardo Serrano Vieira. Os 14 anos de cadeia dizem respeito não apenas a Fábio Guerra mas às outras vítimas das agressões que o trio perpetrou nessa noite, consideradas pelo tribunal tentativas de homicídio.

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