Reguengos e Monsaraz, dois Alentejos vínicos
Muito mais do que uma cooperativa de produtores, a CARMIM partilha nos seus vinhos um pouco do que é a essência alentejana.
Desde a década de 70 que a CARMIM - Cooperativa Agrícola de Reguengos de Monsaraz se dedica a produzir e comercializar os vinhos alentejanos, em Portugal e no resto do mundo. A cooperativa de produtores cultiva uma ampla variedade de castas, que permite criar diferentes perfis, mas é nas linhas Reguengos e Monsaraz que concentra as melhores uvas dos seus associados.
Manter a tradição sem descurar a inovação
A CARMIM mantém um forte compromisso com a sustentabilidade, acompanhando os seus associados na aplicação das melhores práticas na viticultura. No que respeita às castas, Tiago Garcia, um dos enólogos da cooperativa, explica o que distingue os vinhos das linhas Reguengos e Monsaraz, destacando as características identitárias de cada uma. “A linha Reguengos é o coração da CARMIM, a sua razão de existir” - di-lo desta forma por expressar a história antiga, a tradição, a terra e o conhecimento “transmitido ao longo das gerações”. São vinhos que privilegiam castas clássicas e em cujo perfil se encontram notas de bagas maceradas, ervas secas, especiarias e balsâmicos. Há um equilíbrio ácido neles, com os taninos mais secos.
Há, só por aqui, um claro equilíbrio também na oferta da CARMIM: se a linha Reguengos simboliza a tradição, a Monsaraz representa modernidade e inovação. A preocupação em estudar os solos e apoiar o conhecimento "vitícola e enológico” em tecnologia avançada, “na vinha e na adega”, permite tirar o melhor proveito das uvas. No perfil dos vinhos Monsaraz destaca-se a exuberância e doçura da fruta, com taninos maduros e doces, descreve Tiago Garcia. São, por isso, vinhos de prova fácil e prazerosa. O enólogo acrescenta ainda que “os seus blends e varietais resultam de diferentes abordagens técnicas e científicas às mais de 30 castas disponíveis nas vinhas dos associados da CARMIM”, procurando tirar o melhor partido de cada uma. Em termos de variedades de uva, “trabalha-se um mix de castas clássicas, castas portuguesas e castas internacionais”, cada uma delas com as condições ideais de solo, luz solar e irrigação perfeitamente ajustadas ao território.
Os vinhos Reguengos e os vinhos Monsaraz representam ambos a essência e terroir da região, distinguindo-se pelas diferentes abordagens na sua produção. Enquanto a linha Reguengos representa a tradição com castas mais clássicas, e, consequentemente, vinhos mais robustos e secos (perfil típico do Alentejo), a linha Monsaraz combina castas portuguesas e internacionais e dá origem a vinhos mais frutados.
Brindar à essência do Alentejo
No final de 2023, a CARMIM foi notícia por ter reservado 1000 garrafas do tinto Reguengos Garrafeira dos Sócios 2019. Guardar garrafas de determinada colheita para lançamentos futuros é uma estratégia que se distingue no mercado. Esta preocupação em proporcionar experiências aos consumidores que commumente são reservadas a um número reduzido de jornalistas e enólogos só prova que a cooperativa mantém, na sua missão, um compromisso especial com os associados mas também com os apreciadores de vinho.
Ao compromisso com os produtores soma-se a valorização da própria região. A CARMIM é uma das cooperativas vinícolas mais importantes do Alentejo e tem um papel fundamental na economia da sub-região vitivinícola de Reguengos. Além de garantir a valorização do trabalho dos produtores locais, a cooperativa ajuda a manter a identidade e a tradição vinícola da região, ao mesmo tempo que investe em inovação, enoturismo e sustentabilidade.
Nos últimos anos, a CARMIM tem-se consolidado como um símbolo do Alentejo, unindo tradição e inovação para criar vinhos de alta qualidade. O Reguengos e o Monsaraz carregam, em cada garrafa, o terroir da região mas, mais do que as uvas, carregam também um pouco da identidade de cada um dos seus associados.
Para quem quiser conhecer melhor as condições únicas que permitem à CARMIM criar vinhos tão singulares poderá participar nas experiências de enoturismo. Associadas à degustação de vinhos, há provas de gastronomia regional e visitas planeadas à medida de quem as procura. E, claro, é mandatório visitar a vila medieval de Reguengos de Monsaraz.