UNESCO coloca 34 bens culturais do Líbano sob “protecção reforçada”

Medidas de salvaguarda incluem os sítios históricos de Baalbek e Tiro, ambos Património Mundial da Humanidade.

Foto
Os ataques israelitas fizeram danos a escassos metros das ruínas romanas de Baalbek Maher Abou Taleb/Reuters
Ouça este artigo
00:00
01:46

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) anunciou esta segunda-feira a activação de "uma protecção reforçada" para 34 bens culturais no Líbano, perante o risco de serem danificados ou utilizados para fins militares nos combates em curso entre as tropas israelitas e o Hezbollah.

Esta protecção inclui os sítios Património Mundial de Baalbek e Tiro, áreas com vestígios fenícios, gregos e romanos, perto dos quais foram recentemente registados ataques, afirmou a agência da ONU com sede em Paris, em comunicado.

A decisão foi tomada numa reunião do Comité para a Protecção dos Bens Culturais em Caso de Conflito Armado, da Organização da UNESCO. Esta reunião foi convocada a pedido das autoridades libanesas.

"Estes 34 bens culturais gozam agora do mais alto nível de imunidade contra ataques e utilização militar. O não cumprimento destas cláusulas constituiria uma 'violação grave' da Convenção de Haia de 1954 e abriria a possibilidade de uma acção judicial", adverte a UNESCO.

A organização especifica que este novo regime de protecção, de que apenas beneficia uma dúzia de países em todo o mundo, incluindo vários bens culturais na Ucrânia, é "acompanhado de assistência técnica e financeira" da própria UNESCO.

Esta assistência servirá para "reforçar a protecção jurídica, a antecipação e a gestão dos riscos, bem como a formação de administradores de sítios neste domínio". "Contribui igualmente para alertar a comunidade internacional para a necessidade urgente de os proteger".

"A UNESCO mantém uma cooperação estreita e duradoura com o Líbano. Não nos pouparemos a esforços para fornecer todos os conhecimentos e assistência necessários para proteger o seu património excepcional", afirmou Audrey Azoulay, directora-geral da organização, citada no comunicado.