Cantor Paulo Alexandre de Verde vinho morre aos 93 anos

Verde Vinho, de 1977, tornou-se um sucesso em Portugal e um filme no Brasil. Cantor e locutor, começou a sua carreira radiofónica na Emissora Nacional em 1954.

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Cantor e locutor Paulo Alexandre (foto divulgada por Alexandre Santos na rede social Facebook) Alexandre Santos / facebook
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O cantor e locutor de rádio Paulo Alexandre morreu no domingo aos 93 anos. A notícia foi avançada pelo filho Alexandre Santos nas redes sociais. "Mais do que um artista de talento único, ele foi um ser humano extraordinário, cheio de amor, sabedoria e uma paixão contagiante pela música e pela vida", escreveu Alexandre Santos no Facebook. "Para mim, ele era meu porto seguro, o meu maior exemplo e inspiração. O seu legado musical continuará vivo, tocando os corações de quem o ouve, mas a sua ausência será sentida de uma maneira profunda por aqueles que tiveram o privilégio de conhecê-lo de perto."

Conhecido pela adaptação que fez do tema alemão Griechischer Wein, de Udo Jürgens, para o português como Verde vinho, Paulo Alexandre nasceu em Vouzela, em 1931, mas mudou-se para Lisboa cedo na vida, iniciando a carreira radiofónica na Emissora Nacional em 1954, como lembra a biografia disponível na página da Meloteca.

"Pouco depois integra o quarteto vocal 4 de Espadas, com Américo Lima, Fernando La Rua e Nuno d'Almeida. Curiosamente, os primeiros passos discográficos tanto em nome próprio como do grupo têm lugar no mesmo ano de 1959. Um EP com quatro composições de [maestro e compositor] Belo Marques, todas elas dedicadas a Lisboa, e com direcção de orquestra de João Nobre marca assim o pontapé de saída de uma carreira longa", escreveu o investigador João Carlos Callixto, num texto para o programa Gramofone.

Verde Vinho, de 1977, alcançou dois discos de ouro e sucesso também no Brasil - no filme Verde Vinho, Romance de um Imigrante, de Manuel Gama (1981), Paulo Alexandre foi protagonista.

Produtor e locutor de rádio, trabalhou também para a televisão. "Homem de múltiplas facetas, conciliou a vida artística com uma distinta carreira como bancário, culminando na Direcção do Departamento de Relações Internacionais do Banco Pinto & Sotto Mayor", acrescentou a Servilusa, que lembrou que Alexandre se despediu dos palcos em 2000.

Segundo a Servilusa, as cerimónias fúnebre estão marcadas para terça-feira, na Basílica da Estrela, em Lisboa.