Trump nomeia empresário do petróleo que nega as alterações climáticas para secretário da Energia

Chris Wright é empresário do petróleo, defende os combustíveis fósseis e afirma que a crise climática não existe. Sem experiência política, foi o escolhido de Trump para liderar a pasta da Energia.

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Chris Wright é o fundador e director executivo de uma empresa de serviços petrolíferos sediada em Denver Gage Skidmore/Wikimedia Commons
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O futuro Presidente norte-americano Donald Trump anunciou este sábado, 16 de Novembro, que o empresário da indústria de petróleo e gás Chris Wright, um defensor ferrenho do uso de combustíveis fósseis e negacionista das alterações climáticas, será a sua escolha para liderar o Departamento de Energia.

Chris Wright é o fundador e director executivo da Liberty Energy, uma empresa de serviços petrolíferos sediada em Denver. Espera-se que apoie o plano de Trump de maximizar a produção de petróleo e gás e de encontrar formas de aumentar a produção de electricidade, cuja procura está a crescer pela primeira vez em décadas.

O empresário deverá levar avante a resistência conhecida de Donald Trump à cooperação global no combate às alterações climáticas. No passado, Wright apelidou os activistas das alterações climáticas de alarmistas e comparou as tentativas dos democratas para combater o aquecimento global ao comunismo de estilo soviético. "Não há crise climática e também não estamos no meio de uma transição energética", disse Wright num vídeo publicado no seu perfil do LinkedIn no ano passado.

Wright, que não tem qualquer experiência política, escreveu extensivamente sobre a necessidade de maior produção de combustíveis fósseis para tirar as pessoas da pobreza. Destacou-se entre os executivos do sector do petróleo e do gás pelo seu estilo descontraído e descreve-se como "um nerd" da tecnologia. Em 2019, Wright fez furor nos meios de comunicação social quando bebeu fluido de fracking perante as câmaras para demonstrar que não era perigoso.

A produção de petróleo dos EUA atingiu o nível mais alto de sempre no mundo sob Biden; e é incerto o quanto Wright e a próxima administração podem fazer aumentar ainda mais essas operações. De resto, a maioria das decisões de perfuração são tomadas por empresas privadas que trabalham em terras que não são propriedade do governo federal.

O Departamento de Energia lida com a diplomacia energética dos EUA, administra a Reserva Estratégica de Petróleo — que Trump afirmou querer reabastecer — e gere programas de subsídios e empréstimos para promover tecnologias energéticas, como o Gabinete de Programas de Empréstimos. O secretário também supervisiona o complexo de armas nucleares envelhecidas dos EUA, a eliminação de resíduos de energia nuclear e 17 laboratórios nacionais.

Se for confirmado pelo Senado, Wright substituirá Jennifer Granholm, uma defensora dos veículos eléctricos, das fontes de energia emergentes (como as energias geotérmica, eólica, solar e nuclear) sem emissões de carbono. Wright também estará provavelmente envolvido no licenciamento dos transportes à base de electricidade e na expansão da energia nuclear, uma fonte de energia que é popular entre republicanos e democratas, mas cujo licenciamento é dispendioso e complicado.

A procura de energia nos Estados Unidos está a aumentar pela primeira vez em duas décadas, devido ao crescimento da inteligência artificial, dos veículos eléctricos e das criptomoedas.