Minas Gerais quer mais voos da TAP entre Lisboa e Belo Horizonte, para 10 por semana

Em Lisboa, Romeu Zema diz que a restrição de ligações aéreas é um empecilho para o desenvolvimento das relações entre Minas e Portugal. Ele quer mais turismo e investimento português no seu estado.

Foto
Governo de Minas Gerais quer que a TAP amplie de sete para 10 os voos semanais para o estado, mas a empresa tem limitações Miguel Manso
Ouça este artigo
00:00
03:15

Os artigos da equipa do PÚBLICO Brasil são escritos na variante da língua portuguesa usada no Brasil.

Acesso gratuito: descarregue a aplicação PÚBLICO Brasil em Android ou iOS.

Para atrair mais turistas portugueses e da Europa como um todo, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Partido Novo), 60 anos, quer aumentar o número de ligações entre Portugal e Belo Horizonte, capital do seu estado, sobretudo, por meio da TAP. “Os voos entre Lisboa e Belo Horizonte estão sempre lotados. Um dos pleitos que nós fizemos às companhias aéreas é ampliar essa ligação. Em vez de ser um voo diário, termos uns 10 voos por semana”, afirmou.

O objetivo é equilibrar o fluxo de turistas entre os dois lados. “O turismo ainda é predominantemente de mineiros que vêm para Portugal e para Europa. Nos voos atuais, 80% ou mais são ocupados por mineiros ou brasileiros”, revela Zema.

O governador acredita que a falta de conhecimento por parte dos europeus da importância que os portugueses tiveram em Minas é responsável pelo baixo número de turistas que partem de Lisboa para Belo Horizonte.

“A grande maioria dos portugueses não sabe que o maior patrimônio histórico e cultural da colonização portuguesa está em Minas Gerais. Acho que não existe nenhum outro patrimônio português, mundo afora, como o que nós temos em Minas Gerais”, avalia Zema.

Para tentar reverter esse quadro, Minas tem levado a cabo uma série de iniciativas, entre elas, a organização de uma Semana da Cozinha Mineira num hotel na região de Lisboa, que começou na sexta-feira (15/11). Na avaliação do governador, será uma oportunidade para os portugueses provarem a cozinha mineira tradicional.

Foto
Em Portugal, o governador Romeu Zema quer aumentar o número de turistas portugueses para Minas Gerais Jair Rattner

Investimentos

A viagem de Zema a Portugal, que incluiu a participação em uma reunião empresarial, também tem como meta ampliar os investimentos portugueses em Minas. Para isso, houve um dia dedicado à capacitação em turismo e investimentos. Outra iniciativa foi a participação no evento Essência do Vinho, em que foram apresentados vinhos feitos em Minas Gerais.

Segundo Zema, o setor dos vinhos já conta com investidores mineiros. “Temos alguns empresários mineiros fazendo investimentos na viticultura. Mas precisamos ampliar esse relacionamento”, acredita.

Do lado português, Zema afirma que há dois investimentos portugueses de importância em Minas Gerais. Um deles é a construção de um hotel de grandes dimensões em Ouro Preto, da Vila Galé, outro é da empresa portuguesa MoCoffee, que está construindo uma fábrica de cápsulas de café no estado. “Mas temos potencial para muito mais”, diz.

Sem aviões

Em relação à pretensão do governador de aumentar o número de ligações entre Lisboa e Belo Horizonte, a principal rota europeia para Minas Gerais é da TAP, com um voo diário. No entanto, a empresa tem dificuldades para atender a demanda de Zema, pelo menos até o final do próximo ano.

O empecilho está relacionado ao fato de a empresa ter passado por uma reestruturação, tendo recebido ajudas governamentais num total de 3,2 bilhões de euros (R$ 19,2 bilhões) após a pandemia de Covid-19. Por ter ganhado dinheiro público, a União Europeia impôs à TAP o limite de 100 aviões, até o final de 2025, de forma a evitar o que seria considerado concorrência desleal. Neste momento, a empresa tem 99 aviões. Por falta de aeronaves, para qualquer aumento de frequências de voos para um destino, seria necessário cortar ligações para outro aeroporto.

Sugerir correcção
Ler 2 comentários