EN125 e linha ferroviária do Algarve cortadas em Tavira e Fuzeta devido à chuva

Composição descarrilou por causa de pedras na linha, arrastadas pelas chuvas. Faro e Beja estão sob aviso amarelo na manhã deste sábado. Uma mulher foi resgatada por populares numa ribeira em Olhão.

Foto
Linha ferroviária do Algarve está interdita na zona da Fuzeta Miguel Manso

A Estrada Nacional 125, no Algarve, está interdita ao trânsito na zona de Luz de Tavira, devido a inundações causadas pela chuva durante a noite e madrugada de sábado, segundo a Protecção Civil. Além disso, a linha ferroviária do Algarve está interdita na zona da Fuzeta (Olhão) devido ao descarrilamento de uma composição, causado por pedras na linha, arrastadas pelas chuvas.

Uma mulher foi resgatada por populares depois de ter caído na ribeira de Alfandanga, em Olhão, uma das zonas mais afectadas pela chuva intensa que caiu no Algarve nas últimas 24 horas, disse a Protecção Civil. A vítima foi depois socorrida pela ambulância de suporte de vida de Tavira do Instituto Nacional de Emergência Médica e transportada para a Unidade Local de Saúde do Algarve.

Segundo a mesma fonte, na sexta-feira, dois idosos de nacionalidade francesa ficaram desalojados em Castro Marim, devido ao mau tempo, tendo já sido realojados numa unidade hoteleira pela autarquia. Em Tavira, duas pessoas tiveram de ser resgatadas, também na sexta-feira, devido à chuva intensa, uma de dentro de uma viatura na Ribeira do Almargem e outra de uma habitação na Asseca, informou o município.

A chuva intensa que se fez sentir deixou as zonas baixas de Tavira inundadas, tendo a água entrado dentro de garagens e habitações. A zona mais crítica verificou-se na Luz de Tavira, com a água a entrar dentro da Igreja. “As ribeiras transbordaram, a água arrastou terras e fez tombar muros”, tendo potenciado o efeito devastador da corrente. Nesta altura, adiantou Carlos Botelho, dos Bombeiros Municipais de Tavira, ainda se encontram na rua cerca de dezena e meia de operacionais, apoiados por sete viaturas.

Na freguesia de São Domingos, a norte de Tavira, “a estrada que dá acesso a Cachopo [zona serrana] encontra-se cortada". “A ribeira que desagua no rio Gilão transbordou”, justificou. Uma situação, afirmou Botelho, que é considerada “normal, sempre que chove com mais intensidade. Neste caso, aliás, “os autarcas tinham mandado limpar as linhas de água, o que minimizou os riscos”. Com a baixa da maré, prevê-se que “regresse à normalidade”, até porque durante a manhã não choveu e as ribeiras estão a baixar o caudal.

Em comunicado, a autarquia do distrito de Faro adianta ter tido diversas solicitações de apoio aos Bombeiros Municipais e que, após triagem, foi dada resposta a 20 pedidos, tendo ainda sido efectuados dois salvamentos de animais.

Entre as 00h e as 8h, a "meteorologia adversa" foi responsável por 45 ocorrências nas regiões do Alentejo e, principalmente, Algarve, disse à Lusa fonte da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), salientando que não houve vítimas nem danos pessoais. As principais consequências do mau tempo foram 17 quedas de árvores, 21 inundações, seis limpezas de via (arrastamento de inertes para a via pública) e um movimento de massa (deslizamento de terra ou pedras). Estiveram envolvidos nas operações de limpeza, remoção de detritos e contenção de danos 133 operacionais e 60 meios terrestres.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) pôs este sábado novamente os distritos de Faro e Beja sob aviso amarelo devido à previsão de aguaceiros, pontualmente fortes e que poderão ser acompanhados de trovoadas e granizo, um alerta que vigora até às 13h.

Actualizado às 12h57 com as informações dos Bombeiros Municipais de Tavira