MotoGP: Martín prepara o champanhe, Bagnaia à espera de um milagre

Mundial pende fortemente para o espanhol da Pramac, que nem precisa de correr riscos para impedir o tri do campeão e rival italiano.

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ALBERTO ESTEVEZ / EPA
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Depois da frustração de há um ano, em que Jorge Martín não conseguiu travar o segundo título Mundial consecutivo de Francesco Bagnaia — o italiano venceu em Valência, com Martín a abandonar após queda na quinta volta, fechando o Mundial a 39 pontos do primeiro lugar — o espanhol da Prima Pramac, que em 2025 pilotará uma Aprilia, entra na última prova de 2024, em Barcelona, com o campeonato na mão.

O champanhe está preparado e só não jorrará se Martín viver um fim-de-semana negro: com 24 pontos de vantagem sobre Bagnaia (485 vs 461), Martín precisa, no limite, de somar 14 pontos (em 37 possíveis) para sagrar-se campeão. Em caso de empate, Bagnaia tem vantagem pelo maior número de vitórias conquistadas (10 contra 3) nas corridas principais).

Mas, ao espanhol, rei das corridas sprint, bastará somar os 12 pontos da vitória deste sábado para sagrar-se campeão sem precisar de terminar a corrida de amanhã, já que deixaria Bagnaia a, pelo menos, 27 pontos, margem irrecuperável na prova maior.

Mas o que ao longo da temporada seria uma situação normal, com Martín a tentar somar o oitavo triunfo (contra seis de “Pecco”) em sprints, obedece agora a uma nova regra. Martín não precisa nem deverá arriscar praticamente nada, até para não reviver 2023. O espanhol poderá nem necessitar de pontuar na sprint, já que Bagnaia, que registou o melhor tempo nos treinos cronometrados, mesmo que venha a cortar a meta em primeiro, ainda teria 12 pontos de desvantagem para anular no dia seguinte.

Olhando aos registos da época, apesar de uma queda poder desmentir quaisquer estatísticas, Jorge Martín fez 15 pódios em 19 corridas, pelo que Bagnaia precisaria ainda de vencer a corrida principal e esperar que Martín ficasse fora do pódio.

Só nesse caso seria possível anular os 24 pontos que separam o italiano do tri campeonato. O problema é que Bagnaia está obrigado a conseguir um fim-de-semana perfeito — esta temporada conseguiu-o em quatro ocasiões (Itália/Mugello, Países Baixos/Assen, Áustria e Japão) — e ainda esperar que Martín repita classificações menos felizes como as de Jerez/Espanha e Sachsenring/Alemanha, em que somou 12 pontos, ou San Marino (13).

Em retrospectiva, Francesco Bagnaia sabe que comprometeu a revalidação do título Mundial em Aragão, quando somou um ponto, perdendo 28 para o piloto madrileno, que garante ter uma abordagem completamente diferente da de 2023.

“Há um ano estava obcecado em fazer história. Agora não penso em nada disso. Estou focado em cada corrida. Sinto-me forte e num bom momento. Talvez o ‘Pecco’ possa aconselhar-me, pois no ano passado estava na minha posição”.

Já Bagnaia, apesar de sentir-se “mais livre de fazer aquilo em que sou melhor”, admite não haver como “fugir à pressão. Mas, somos pilotos e temos de lidar. Vou dar o máximo, mas penso que pode não ser suficiente”, concluiu.

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