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PGR abre inquérito após procurador disparar sobre suspeito de assalto em Valença

Homem baleado está internado nos cuidados intensivos do Hospital de Viana do Castelo.

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Paulo Pimenta
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A Procuradoria-Geral da República (PGR) vai instaurar um inquérito tendo em vista "o apuramento da responsabilidade criminal" do magistrado que, na quinta-feira, atingiu um dos cinco suspeitos de assalto a uma ourivesaria em Valença.

"Sem prejuízo das diligências em curso a cargo da Polícia Judiciária, o apuramento da responsabilidade criminal do magistrado será apreciada em inquérito autónomo a instaurar imediatamente na Procuradoria-Geral Regional do Porto", adianta a PGR, em comunicado.

A PGR descreve que, no decurso de uma operação de vigilância da GNR, acompanhada pelo "magistrado titular do processo" e "em circunstâncias que estão a ser investigadas, o magistrado disparou, atingindo o suspeito".

O homem "está internado nos cuidados intensivos do Hospital de Viana do Castelo", acrescenta. De acordo com a PGR, os assaltantes eram cinco e um deles conseguiu fugir, tendo sido detidos os outros quatro. A PGR explica ainda que a operação de quinta-feira foi desenvolvida "no âmbito de um inquérito-crime a correr termos na comarca de Braga" que levou à investigação de "um grupo de indivíduos".

Os suspeitos têm "todos nacionalidade estrangeira e tinham como modus operandi deslocarem-se a território nacional, em particular na zona Norte do país, para a prática de crimes de furto, com especial incidência a ourivesarias", acrescenta a PGR.

"Nesta investigação foi recolhida prova indiciária de que o referido grupo se preparava para efectuar novo furto, em ourivesaria na cidade de Valença, pelo que foi montado um dispositivo para controlo dos movimentos do grupo", prossegue o comunicado. Este dispositivo foi montado "em alguns dos locais que presumivelmente poderiam ser alvo, visando a intercepção dos suspeitos em flagrante", tendo o procurador titular da investigação acompanhado a operação.

A Procuradoria diz ainda que, "segundo a informação recolhida até ao momento, o referido grupo, presumivelmente constituído por cinco elementos, dirigiu-se a uma das ourivesarias monitorizadas, tendo sido seguido pela equipa de investigação e pelo magistrado".

"Ao contrário do habitual", os suspeitos "irromperam pelo estabelecimento adentro em horário de funcionamento, tendo consigo armas de fogo e, imediatamente, agrediram com violência os proprietários". A GNR interveio de imediato para "pôr cobro ao crime, conseguindo um dos suspeitos fugir".

Na quinta-feira, fonte do Comando Nacional da GNR havia revelado a detenção dos suspeitos do roubo, durante o qual duas pessoas ficaram feridas - "um assaltante e um civil que se encontrava no interior da ourivesaria, agredido pelos assaltantes".

"No âmbito de uma investigação que está em segredo de justiça, foi possível aos militares da estrutura de Investigação Criminal da GNR de Braga surpreender os suspeitos em flagrante delito, no interior da ourivesaria, tendo a GNR procedido à sua detenção", descreveu esta polícia.

Os bombeiros de Valença indicaram que um homem de 65 anos ficou em estado grave, enquanto outro, com 60 anos, sofreu ferimentos ligeiros. O roubo em Valença aconteceu duas semanas depois de uma ourivesaria de Ponte de Lima, também no distrito de Viana do Castelo, ter sido alvo de furto.

Um dos alegados assaltantes foi baleado pelo proprietário da loja de Ponte de Lima na sequência do furto e acabou detido na quinta-feira, pela Judiciária, por suspeitas de integrar uma vasta rede criminosa de carácter internacional".