Euribor a três meses também já caiu abaixo dos 3%

Taxas utilizadas no crédito à habitação estão abaixo dos 3%, a três e a seis meses. No prazo mais longo, são agora inferiores a 2,5%, quando há um ano estavam em 4%.

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Custo do dinheiro para quem tem empréstimos associados às taxa Euribor continua a descer Ricardo Lopes
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Há bem poucos meses, antevia-se que a Euribor a três meses chegasse aos 3% no final do corrente ano, e pudesse ficar ligeiramente abaixo dessa barreira no primeiro trimestre de 2025. Mas essa expectativa já se confirmou esta sexta-feira, quando ainda falta um mês e meio para o fecho do ano, com a taxa mais curta a cair para 2,998%, menos 0,007 pontos percentuais do que na sessão anterior e um novo mínimo desde 28 de Março de 2023.

Com esta queda, e num ano, esta taxa recuou cerca de 100 pontos-base (ou um ponto percentual), tendo em conta os 4,002% que registou em 13 de Novembro de 2023. E, neste momento, o mercado, nomeadamente os contratos de futuros para a taxa, já está a antever que este prazo termine o ano em torno dos 2,795%, e que até Março de 2025 recue para cerca de 2,2%. É uma queda muito rápida, como foi rápida a subida registada entre 2022 e 2023, neste último caso mais expressiva, porque partiu de valores negativos em cerca de 0,5%.

As duas outras taxas utilizadas no crédito à habitação, e as que estão presentes na maioria dos contratos existentes, a de seis e a de 12 meses, já se encontravam abaixo dos 3%. A de seis meses fixou-se esta sexta-feira em 2,748%, mínimo desde 3 de Janeiro de 2023. A de 12 meses, que esta semana caiu abaixo de 2,5%, reforçou essa tendência, ao recuar para 2,475%, o valor mais baixo desde 6 de Outubro de 2022.

A queda das Euribor traz boas notícias para as famílias com contratos de crédito associados a estas taxas variáveis, traduzindo-se em reduções das prestações, à medida que os contratos são revistos. Essa revisão ocorre a cada três, seis ou 12 meses, conforme o prazo da taxa utilizada.

A revisão dos contratos é feita com as médias mensais de cada uma das taxas, que deverão voltar a descer em Novembro, depois de em Outubro se terem fixado em 3,167% a três meses, em 3,002% a seis meses, e em 2,691% a 12 meses.

A manter-se tendência de queda da Euribor a três meses para valores inferiores a 2,5%, no primeiro trimestre de 2025, a remuneração dos Certificados de Aforro, indexado a esta taxa, vai começar a cair. A taxa-base deste produto de poupança está limitada a 2,5%.

A queda das Euribor também influencia negativamente as taxas de depósitos a prazo ou outras poupanças, com impacto directo nos que estão indexados a estas taxas, e indirectamente em todos os outros.

Os recentes cortes das taxas directoras do Banco Central Europeu (BCE) explicam a redução das Euribor. Com o corte de Outubro, o terceiro desde Julho, o BCE colocou taxa de depósitos (depo), a que mais influencia o custo do dinheiro para famílias e empresas na zona euro, em 3,25%. A taxa das operações principais de refinanciamento caiu de 3,65% para 3,4%, e a de facilidade permanente dos 3,9% para 3,65%.

A próxima reunião do banco central sobre taxas de juro está marcado para o próximo dia 12 de Dezembro.

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