Uma ideia de largo espectro, como se diz de alguns medicamentos, com origem em ambientes da direita dados à ciência política espontânea, tem sido posta em circulação e ganhou mais velocidade com os resultados das eleições nos Estados Unidos: diz-se que o conceito de classe social continua a ser um operador político central, que a luta de classes se mantém pertinente para descrever os antagonismos, e que a esquerda está moribunda porque abandonou estas categorias que foram tradicionalmente as suas ferramentas analíticas em favor de outras que sintetizam traços específicos, “identidades”, e não o processo universal das relações sociais de produção.