Romeu Zema, governador de Minas, admite que pode ser candidato a presidente em 2026

Governador, que vai completar o segundo mandato, quer fazer o sucessor e ter papel importante nas eleições para a Presidência da República, inclusive, como um dos postulantes ao cargo.

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O governador de Minas quer ter papel decisivo nas eleições presidenciais de 2026 Jair Rattner
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O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Partido Novo), 60 anos, deixou a discrição de lado e afirmou, em Lisboa, que pretende ter um papel de destaque nas próximas eleições para a Presidência da República do Brasil em 2026, inclusive, ser candidato. “A minha perspetiva para 2026 é fazer meu sucessor em Minas Gerais, que é o Professor Mateus, meu vice-governador, e participar ativamente da eleição presidencial, não sei ainda como candidato, vice ou apoiando alguém”, disse.

Zema ressaltou, porém, que não condiciona sua participação na campanha à função que ocupará. “O que eu quero é um candidato bom para o cargo de presidente da República. Não tenho nenhum plano pessoal para mim. Quero um plano bom para o Brasil, e a minha participação será aquela que contribuir mais”, frisou ele, que, na capital portuguesa, participa de um encontro empresarial e de eventos para atrair turistas e investimento para Minas Gerais,

A bandeira do governador está centrada no discurso anticorrupção. “Quero varrer a sujeira das ruas de Brasília”, bradou. “Acho que tem (sujeira) de toda a natureza ali. Desperdícios, corrupção, politicagem, e por aí vai. Não tenho provas contra ninguém. Mas, do que temos visto, sair de 20 para 39 ministérios não é crime, mas é desnecessário, é desperdício”, acrescentou.

Embate com Lula

Cauteloso, Zema não quis apontar nomes para disputar o comando do Palácio do Planalto, muito provavelmente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que vem indicando disposição para tentar a reeleição. Porém, ele deixou claro que, caso seja o representante da direita na disputa, têm o que apresentar aos eleitores: os feitos de seus dois mandatos à frente de Minas Gerais.

“Se o meu governo terminasse hoje, o estado de Minas continuaria por inércia com uma série de entregas, com tudo planejado, com recursos definidos. Não tenho, como nunca tive, nenhuma pretensão política. Gosto é de fazer e de ver as coisas acontecerem. Defendo resultados, eficiência e racionalidade”, argumentou.

Se realmente levar adiante o plano de ser candidato a presidente da República, Zema terá de enfrentar outros pretendentes do espectro político que ele representa: Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível, mas acredita em absolvição; Ronaldo Caiado (União Brasil), governador de Goiás; Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo; e Ratinho Júnior (PSD), governador do Paraná.

Prefeitura

Apesar das realizações que apresenta, o governador de Minas não conseguiu fazer com que Bruno Engler (PL), que ele apoiou no segundo turno para a prefeitura de Belo Horizonte, vencesse as eleições realizadas em outubro último. “Transferência de votos é algo extremamente complexo. Mas tivemos prefeitos eleitos em cidades importantes com nosso apoio, como Uberaba, Uberlândia, Patos de Minas, Montes Claros e diversas outras”, contrapôs.

Zema atribuiu o insucesso do seu candidato original à campanha. “O candidato que estava em primeiro lugar foi o que o apoiei inicialmente, o deputado Mauro Tramonte. Ele fez muito uso da imagem do ex-prefeito, que veio antes de Fuad Noman (PSD, reeleito em segundo turno), e acho que isso abriu espaço para que a candidatura do Fuad se concretizasse”, afirmou.

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