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Em Lisboa, Romeu Zema minimiza explosões em Brasília: “Foi ato de um desequilibrado”

Governador de Minas Gerais, que está em Portugal, afirma que as bombas detonadas por Francisco Wanderley não trarão consequências para o PL. O homem, que morreu, foi candidato a vereador pelo partido.

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Romeu Zema acredita que a explosão de bombas não pode impedir a anistia para aqueles que destruíram a Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro Jair Rattner
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O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Partido Novo), 60 anos, diz que a explosão de duas bombas na Praça dos Três Poderes, em Brasília, na noite de quarta-feira (13/11), não deverá ter consequências na política brasileira. “Eu interpreto esse fato como um ato isolado, como, eventualmente, temos alguns loucos que disparam armas em escolas e em locais públicos. Foi um ato de alguém em profundo desequilíbrio emocional”, afirma, em entrevista exclusiva ao PÚBLICO Brasil.

Zema, que se encontra em Portugal para participar de um evento empresarial e promover o estado de Minas Gerais, descarta que o ato cometido por Francisco Wanderley Luiz, morto durante as explosões, seja parte de uma tentativa organizada de desestabilizar o poder político no Brasil. “Pelo que vi até o momento, não se trata de nenhum movimento, de nenhum grupo, e, sim, de uma pessoa em total desequilíbrio, que provocou essa tragédia”, avalia. “E, graças a Deus, não tínhamos mais ninguém presente no momento em que as bombas explodiram”, acrescenta.

Um dos artefatos foi detonado em frente à sede do Supremo Tribunal Federal (STF), outro, próximo à Câmara dos Deputados. O governador diz esperar que o ato não tenha maiores consequências. “Que fique nisso só”, frisa. A praça dos Três Poderes está totalmente isolada e, ainda na manhã desta quinta-feira (14/11), a polícia desativou oito bombas, duas delas presas no corpo de Francisco.

Segundo Zema, o fato de Francisco ter sido candidato a vereador pelo PL em Santa Catarina, nas eleições de 2020, não deve ter consequências maiores para o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. “Temos detidos e incriminados concorrendo como candidatos a vereador em todos os partidos. Nenhum partido está isento de ter um louco entre os possíveis candidatos. Não existe um exame de sanidade mental para poder se candidatar”, ressalta.

A favor da anistia

Questionado se as explosões, que ocorreram na mesma praça onde houve os atentados de 8 de janeiro de 2023, podem abortar o projeto de lei sobre a anistia das pessoas que estão indiciadas e presas por esse crime, Zema assinala que, se isso ocorrer, será apenas oportunismo político.

“Um fato como esse acaba sendo usado como argumento político. Mas acho que vai prevalecer o bom senso, e acredito que vão ver, quando levantarem mais detalhes do histórico da pessoa responsável pelas explosões, que realmente é alguém em um momento de profundo desequilíbrio”, argumenta.

O projeto da anistia teve a tramitação interrompida pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, mas uma das condições do PL para apoiar o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) ao comando da Casa é justamente aprovar a proposta, que também beneficiaria Bolsonaro, inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Zema diz lamentar se o PL vier a sofrer consequências pelo ato de um desequilibrado, e atribui possíveis consequências para a legenda a manobras políticas. “Infelizmente, vão utilizar isso como uma bandeira”, vaticina.

Em Lisboa, o governador estará na abertura de um programa de capacitação de turismo e investimento em Minas Gerais e da iniciativa Minas em Portugal, com objetivo de atrair turistas e investidores para o estado. Zema também estará no evento Essência do Vinho, em que serão apresentados vinhos mineiros.

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