INEM: Marcelo quer eventuais responsabilidades administrativas e políticas apuradas

O chefe de Estado defendeu que “tem de ser apurado por que é que aconteceu, quem é que devia ter feito e não fez, quem é que fez, mas fez mal, a nível administrativo e a nível político”.

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O Presidente da República está no Equador na 29.ª Cimeira Ibero-Americana Rui Gaudêncio
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O Presidente da República afirmou esta quinta-feira que é preciso apurar os factos sobre a resposta do INEM no contexto da recente greve e eventuais responsabilidades administrativas e políticas, repetindo neste caso a expressão "doa a quem doer".

"Tem de ser apurado por que é que aconteceu, quem é que devia ter feito e não fez, quem é que fez, mas fez mal, a nível administrativo e a nível político", declarou Marcelo Rebelo de Sousa, em resposta aos jornalistas, num hotel de Cuenca, Equador, onde se encontra para participar na 29.ª Cimeira Ibero-Americana.

"E havendo apuramento de factos e havendo que também detectar responsabilidades, que sejam assumidas", acrescentou o chefe de Estado, que considerou injusto estar ser acusado de não intervir neste caso como fez no passado e argumentou que quis primeiro apelar à resolução dos problemas.

Interrogado se entende que há responsabilidades administrativas e políticas neste caso do INEM, o Presidente da República respondeu: "Vamos ver."

"Se houver administrativas e políticas, há administrativas e políticas. Eu uma vez usei, a propósito do caso Tancos, uma expressão que foi considerada muito excessiva na altura, que: é doa a quem doer. No fundo, quer dizer, vendo quais são os planos em que se devia ter agido, não agiu, em que se agiu mal ou agiu tardiamente", completou.

Questionado sobre as acusações de não intervir neste caso em relação à ministra da Saúde, Ana Paula Martins, como fez com outros ministros durante a anterior governação do PS, Marcelo Rebelo de Sousa reagiu: "Eu acho que isso é muito injusto, porque eu fui dos primeiros a falar".

"Ainda não havia ninguém que tivesse falado, nomeadamente da área do poder, quando eu disse: isto que se passa é insustentável, tem de ser encontrada uma resposta rápida, e essa é a prioridade", referiu.

Segundo o Presidente da República, o apelo que fez neste caso à resolução dos problemas foi semelhante à sua primeira reacção perante os incêndios de 2017.

"Eu disse o seguinte: vamos então entender-nos, primeiro, vamos resolver o problema. Exactamente como eu disse quando veio aquela primeira onda de fogos em 2017: vamos primeiro apagar os fogos e depois vamos apurar o que se passou e apurar as responsabilidades", comparou.

Depois, num "segundo momento", o Presidente da República defendeu que, "é preciso apurar o que se passou" neste caso do INEM.

"O que se passou em termos de, sabendo que havia uma greve de técnicos de emergência médica, não se ter evitado a greve. Ou, não sendo possível evitar a greve, não se ter prevenido os efeitos da greve. Não se ter olhado para a capacidade do INEM, não se ter olhado para a necessidade de multiplicar essa capacidade, precisamente pela situação de emergência que se vivia. E a capacidade de resposta, num determinado período, não ter existido", especificou. "Isso tem que ser apurado", reforçou o chefe de Estado, acrescentando também há que "detectar responsabilidades".