Aumento do salário médio real mantém-se perto de 4%

Dados do INE mostram que poder de compra dos salários em Portugal regista, em termos médios, uma melhoria há já 17 meses, recuperando o terreno perdido durante a crise inflacionista.

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Salário médio subiu 3,8% em termos reais em Setembro Matilde Fieschi
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Prolongando uma tendência que já se mantém desde meados do ano passado, os salários em Portugal continuaram, em média, a crescer mais do que os preços dos bens e serviços durante o mês de Setembro, com o poder de compra a recuperar o terreno perdido no auge da crise inflacionista.

De acordo com os dados publicados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) com base na informação disponível para 4,8 milhões de postos de trabalho na Segurança Social e na Caixa Geral de Aposentações, a remuneração bruta total mensal média recebida por trabalhador em Portugal situou-se no passado mês de Setembro em 1528 euros. Este é um valor que fica 6% acima do registado no mesmo mês do ano passado, o que representa o aumento salarial em termos nominais que se regista actualmente em média em Portugal.

O mês de Setembro foi, assim, de ligeiro abrandamento dos salários, uma vez que em Agosto a variação homóloga do mesmo indicador se tinha situado em 6,2%. Já quando se leva em conta o efeito da inflação, o aumento do salário médio bruto em termos reais situou-se, em Setembro, nos 3,8%, uma ligeira aceleração face aos 3,7% registados em Agosto.

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Mantém-se assim, em média, a tendência de recuperação do poder de compra dos salários em Portugal revelada pelos dados da Segurança Social desde meados de 2023. De facto, após um período de 17 meses consecutivos, entre Dezembro de 2021 e Abril de 2023, em que os aumentos dos salários não chegaram para compensar a subida da inflação, com descidas dos salários reais que chegaram aos 5% em meados de 2022, tem vindo a assistir-se ao cenário inverso ao longo dos últimos 17 meses.

Nesse período, a variação homóloga do salário médio tem estado consecutivamente acima de 6% em termos nominais, o que, combinado com a descida progressiva da taxa de inflação para valores próximos de 2%, tem permitido que os aumentos reais do salário médio se situem já desde o final do ano passado perto da casa dos 4%.

Esta evolução dos salários permite que, neste momento, em termos reais, o salário médio de Setembro de 2024 esteja já acima do registado em Setembro de 2021, antes de se fazer sentir o efeito negativo da crise inflacionista no poder de compra dos portugueses.

Os dados agora publicados pelo INE mostram igualmente que, por sectores de actividade, aqueles onde se regista neste momento um aumento mais acentuado do salário médio foram os das “Actividades de saúde humana e apoio social”, com uma variação homóloga de 10,9% em termos nominais e da “Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca”, com uma variação de 7,8%.

Em contraponto, com um aumento nominal de 1,9%, o sector de actividade da “Electricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio” foi o único que registou uma variação do salário médio inferior à inflação.

Os aumentos foram maiores nas empresas de muito pequena dimensão (um a quatro trabalhadores) e nas empresas de grande dimensão (mais de 500 trabalhadores), tendo sido igualmente mais acentuados no sector público do que no sector privado.

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