Algarve mantém domínio no Verão e passa os mil milhões de euros em receitas
Proveitos totais do sector do alojamento turístico contabilizados pelo INE foram de 3247 milhões entre Junho e Setembro, mais 10% do que em idêntico período do ano passado.
O Algarve manteve-se como a principal região turística do país nos quatro meses ligados ao Verão, ultrapassando pela primeira vez os mil milhões de euros de proveitos totais.
De acordo com os dados da actividade turística divulgados esta quinta-feira pelo INE (que comunicou os valores de Setembro), os alojamentos algarvios registaram proveitos de 1052 milhões de euros, 7% acima do valor de idêntico período de 2023.
Este montante representa 32,4% do total dos 3247 milhões de proveitos do sector analisado pelo INE entre Junho e Setembro (um crescimento de 10%), e que não inclui as unidades de alojamento local com menos de dez camas.
A região da Grande Lisboa ficou na segunda posição, com 819 milhões de euros de proveitos totais, 9% acima do mesmo período de 2023. O maior crescimento, no entanto, ocorreu na Região Autónoma dos Açores, com mais 22%, chegando aos 135,5 milhões de euros.
O mês com mais proveitos foi Agosto, na região do Algarve, no montante de 346 milhões de euros. Nesse período, houve o maior rendimento médio por quarto disponível (RevPAR na sigla em inglês), no valor de 167,1 euros, passando em Setembro a liderança para Lisboa, com um RevPAR de 151,6 euros (o mais elevado desta região até ao momento).
De acordo com o INE, em Setembro o sector registou 796 milhões de euros de proveitos totais (mais 12% em termos homólogos) e 623,8 milhões de euros de proveitos de aposento (mais 12,7%). O RevPAR médio foi de 96,5 euros (mais 9,6%) e o rendimento médio por quarto ocupado (ADR, na sigla em inglês) atingiu 138,4 euros (mais 9,1%). “O crescimento destes indicadores voltou a acelerar, depois de três meses consecutivos de abrandamento. O ADR atingiu os valores mais elevados na Grande Lisboa (182,3 euros) e no Algarve (144,2 euros)”, refere o INE.
Subida dos proveitos superior à das dormidas
“Desde o início do ano, os proveitos, totais e de aposento, registaram ambos um crescimento mais acelerado (mais 10,7%) do que o verificado nas dormidas (mais 3,9%)”, nota o INE. Nos primeiros nove meses do ano, as dormidas chegaram às 63.548 mil e os proveitos foram de 5326 milhões de euros. No período acumulado de Janeiro a Setembro, o RevPAR atingiu 74,2 euros e o ADR 124,2 euros (mais 6,6% nos dois indicadores). Olhando apenas para os dados de Setembro, a primazia nos proveitos totais coube a Lisboa, com 234 milhões (29,4% do valor global).
Ao todo, e conforme já tinha sido adiantado pelo INE, o país contou com 13.286 mil hóspedes nos quatro meses de Verão, mais 4% do que em 2023. Destes, 8355 mil foram estrangeiros (mais 5%), e 4931 (mais 3%) foram nacionais.
Em termos absolutos, a região de Lisboa liderou a tabela, com 3228,5 mil hóspedes (mais 5%), seguindo-se a Região Norte, com 3081,5 mil (mais 6%) e o Algarve com 2614 mil (mais 3%). Esta última região recuperou turistas residentes em Portugal, mas, mesmo assim, os valores deste ano ficaram abaixo dos registados em 2022, quando o número de hóspedes nacionais entre Junho e Setembro no Algarve chegou aos 864 mil (este ano fixou-se nos 791 mil, mais 3% do que no ano passado). O arquipélago dos Açores foi a região turística que mais cresceu em número de hóspedes nos quatro meses ligados à época de Verão: mais 8%, chegando aos 492,7 mil.
Receitas a subir este ano e em 2025
O Banco de Portugal já publicou o indicador preliminar das viagens e turismo da balança de pagamentos para esse mês (mais abrangente do que os cálculos do INE). Segundo o banco central, as receitas (medidas pelas exportações) subiram 8,9%, para 3076 milhões de euros nesse mês, elevando o total dos quatro meses de Verão para 12.937 milhões de euros (mais 7,5%). No conjunto dos nove meses, o valor das receitas foi de 22.233 milhões de euros, mais 9,1% face aos mesmos nove meses de 2023.
Esta semana, o secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, afirmou, citado pela Lusa, que a expectativa do Governo é chegar aos 27 mil milhões de receitas, o que significaria uma subida de 7,6% face a 2023. “A perspectiva para 2025 é de crescer na ordem dos 9%”, referiu ainda Pedro Machado. Estas subidas são superiores às previstas pelo FMI, que estima um crescimento de 4,4% este ano e de 4,2% no ano que vem.