A intimidade de Afonso Cabral agora soa a banda

Cinco anos após a estreia a solo, o músico dos You Can’t Win, Charlie Brown regressa com Demorar, um álbum menos orquestral e desbloqueado numa viagem ao Japão.

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NUNO SOUSA DIAS
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Afonso Cabral cresceu, como tantos outros miúdos nascidos na década de 80, com um entusiástico fascínio pela cultura japonesa. “Era superviciado em Dragon Ball, Cavaleiros do Zodíaco, era meio nerd dos jogos, Final Fantasy e tudo o que era Hideo Kojima [criador de jogos na Konami]”, conta ao Ípsilon. Depois veio a adolescência, começaram as bandas, chegou a idade adulta e essas referências ficaram adormecidas. Até que o fascínio se reacendeu em todo o esplendor durante duas viagens ao Japão, integrado na banda do músico Bruno Pernadas. Cabral era uma das vozes no meio de um torvelinho de referências, do jazz ao rock, da exotica ao afrobeat, uma espantosa amálgama de sonoridades que Pernadas vem trabalhando como se a sua música nascesse da adopção de técnicas de colagem vindas das artes plásticas.

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