Novo líder republicano no Senado dos EUA não agrada a próximos de Trump
John Thune, senador do Dacota do Sul, opôs-se ao plano de Donald Trump para sabotar a confirmação da vitória de Joe Biden na eleição presidencial de 2020.
A bancada do Partido Republicano no Senado dos Estados Unidos, que vai estar em maioria a partir de Janeiro de 2025, elegeu como seu novo líder o senador John Thune, um dos três que estavam na corrida ao cargo e um dos poucos que se opôs ao plano de Donald Trump para impedir a confirmação da vitória de Joe Biden em 2020.
A vitória de Thune, de 63 anos, por voto secreto, é vista com um sinal de que Trump não conta ainda com o apoio indefectível de uma maioria de senadores republicanos, e que poderá encontrar alguns obstáculos na aprovação de todas as suas propostas legislativas. Ainda assim, e apesar de não ter contado com o apoio explícito de Trump para a sua candidatura a líder republicano, Thune comprometeu-se a não dificultar a passagem das medidas mais emblemáticas, incluindo uma nova redução dos impostos e o financiamento da construção de um muro anti-imigração na fronteira com o México.
Na primeira ronda da votação, Thune, um senador do Dacota do Sul, recebeu 25 votos, contra 15 de John Cornyn, do Texas, e 13 de Rick Scott, da Florida. Na segunda e última ronda, Thune venceu com mais um voto do que Cornyn (25-24). A eleição como líder da maioria republicana no Senado garante que Thune será o próximo presidente do Senado, a partir de 3 de Janeiro, numa votação em que ambos os partidos vão participar, e em que os republicanos vão estar em maioria (53-47).
Ao contrário do que tem sido habitual em eleições para cargos de liderança republicanos no Congresso, Trump não declarou apoio oficial a nenhum dos três candidatos. No entanto, vários dos seus principais apoiantes, como o seu filho mais velho, Donald Trump Jr., os empresário Elon Musk e Vivek Ramaswamy, e o antigo candidato presidencial Robert F. Kennedy Jr., vieram a público pressionar os senadores republicanos a elegerem Rick Scott.
Ao contrário de Thune — e de Cornyn —, o senador da Florida nunca questionou as decisões e as acções de Trump, e prometeu, se fosse eleito líder do Senado, levar a votação toda e qualquer proposta do Presidente eleito dos EUA.
Com a vitória registada nesta quarta-feira, Thune sucede a Mitch McConnell como líder dos republicanos no Senado, um cargo que o experiente senador do Kentucky desempenhou nos últimos 18 anos. Debilitado por problemas de saúde e por profundas desavenças com Trump, principalmente devido à invasão do Capitólio e à vontade do próximo Presidente dos EUA de retirar apoio financeiro à Ucrânia, McConnell anunciou, em Fevereiro passado, que iria abandonar o cargo no início da próxima sessão legislativa.