Plano da estação intermodal de Coimbra adiado por causa do risco de inundações

O novo plano de gestão de inundações alterou “os pressupostos iniciais” do plano de pormenor da futura estação, nomeadamente o risco potencial de inundação e a identificação de novas cotas de cheia.

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O plano de gestão de risco de inundações condiciona o desenho urbanístico Adriano Miranda
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A Câmara de Coimbra aprovou o prolongamento por mais dois anos o prazo para a elaboração do plano de pormenor da futura estação intermodal de Coimbra, face aos pressupostos de risco de inundações que mudaram em Abril. A proposta de prolongamento do prazo, que inicialmente era de dois anos, é suportada pela "complexidade e sensibilidade do território em estudo" (que abrange toda a zona entre a estação de Coimbra-B e a beira-rio), mas, sobretudo pela entrada em vigor do novo Plano de Gestão de Riscos e Inundações.

Segundo o documento do município a que a agência Lusa teve acesso, este novo plano de gestão de inundações alterou "os pressupostos iniciais" do plano de pormenor da futura estação, nomeadamente o risco potencial de inundação e a identificação de novas cotas de cheia.

A vereadora com o pelouro do urbanismo da Câmara de Coimbra, Ana Bastos, explicou que foi proposto um prolongamento por mais dois anos apenas para "evitar qualquer caducidade" do plano, prevendo-se que o mesmo esteja pronto antes do prazo agora definido. "Ainda estamos a aguardar que a APA [Agência Portuguesa do Ambiente] nos defina as cotas de cheia", notou a vereadora, recordando que a área é "uma área de risco", mas que todo o trabalho tem sido articulado com a Infra-estruturas de Portugal (IP), que pagou a elaboração do plano de pormenor.

Ana Bastos recordou que as ideias base daquele plano já estavam integradas no processo que foi a concurso para a linha de alta velocidade. "A IP vai continuar a controlar o projecto e respectiva concessão. Não há risco absolutamente nenhum", acrescentou, referindo que a equipa procura, neste momento, dar resposta à "complexidade" relacionada com a cota de cheia, da qual depende a solução de cave da estação.

Em Fevereiro, Ana Bastos já admitia que esse plano de gestão implicava a subida da cota de cheia junto ao açude-ponte, no Mondego, podendo limitar "substancialmente o desenvolvimento urbanístico e edificado" junto à estação. A vereadora já afirmava que o plano de gestão de risco de inundações se apresentava como "a principal condicionante" ao desenho urbanístico do arquitecto catalão Joan Busquets. Além desta razão, a Câmara de Coimbra justifica também o adiamento com a necessidade de ponderar os diversos interesses "públicos e privados" associados àquela zona.