Apoiantes do Climáximo invadem conferência sobre refinação no Estoril
Conferência sobre tecnologia de refinação decorre no Centro de Congressos do Estoril. Climáximo apela à participação na manifestação “Parar enquanto podemos”, agendada para 23 de Novembro.
Dois elementos do movimento Climáximo foram detidos na manhã desta terça-feira, após um protesto na Conferência Europeia sobre Tecnologia de Refinação, no Centro de Congressos do Estoril, com apoiantes a invadirem o evento e outros a pintarem a fachada de vermelho. Os dois activistas foram libertados algumas horas depois, cerca das 14h, confirmou ao Azul Inês Teles, porta-voz da acção.
De acordo com um comunicado do movimento, a conferência sobre tecnologia de refinação é "criminosa", reunindo algumas das maiores empresas de combustíveis fósseis num momento em que decorre também no Azerbaijão a 29.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP29).
"Este é um evento criminoso onde entidades assassinas fecham negócios para manterem os seus lucros a níveis recorde com a expansão da queima de combustíveis fósseis, à custa da destruição das nossas vidas. Como é que eles se atrevem? Não podemos aceitar que continuem a matar-nos", afirma Mariana Rodrigues, em declarações citadas na nota divulgada pelo Climáximo, apontando a responsabilidade de lançar "bombas de carbono" a estas empresas.
"Fúria destruidora" do "sistema fóssil"
O movimento apela também "a toda a sociedade" para se juntar à manifestação "Parar enquanto podemos", agendada para 23 de Novembro, que pretende "quebrar a normalização da violência da crise climática e construir a resistência capaz de desmantelar a indústria fóssil".
Mariana Rodrigues deixa ainda duras críticas à COP29, com "conversas vazias" num evento que junta governos e representantes de lobbies de algumas das empresas com mais responsabilidades nas emissões de gases com efeito de estufa.
"É o sistema fóssil em toda a sua fúria destruidora: conversas vazias sobre soluções para a crise climática a acontecerem num petro-Estado, com os Governos de todo o mundo a sentarem-se à mesa com milhares de lobistas das próprias empresas responsáveis por atear o fogo do inferno climático, e ao mesmo tempo essas empresas a reunirem-se aqui para desenharem o colapso da civilização", denuncia a activista.
Para um "futuro sustentável e resiliente", a apoiante do Climáximo, de 29 anos, enfatiza que a solução não passa nem pelas empresas, nem pelos governos: "Têm de ser as pessoas comuns a travá-los e a mudar o rumo da história", conclui.