Brasil espera obter pelo menos 22 milhões de dólares em investimentos no Web Summit

Com uma delegação de 400 startups brasileiras, ApexBrasil acredita que, na edição deste ano, as empresas que estão no Web Summit devem dobrar a captação de investimentos em relação ao ano passado.

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Seminário com startups procura indicar os melhores caminhos para desbravar o mercado europeu Jair Rattner
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Diretor da ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos), Floriano Pesaro diz que a perspectiva é de que os investimentos nas startups que fazem parte da delegação brasileira no Web Summit de Lisboa devem superar os 22 milhões de dólares (R$ 128 milhões ou 20,6 milhões de euros). “No ano passado, com 200 empresas, atingimos 11 milhões de dólares (R$ 63 milhões ou 10,3 milhões de euros). Neste ano, com 400, o ideal é que os investimentos sejam pelo menos o dobro”, afirma.

Pesaro ressalta que os números não são muito precisos. “Fica difícil mensurar no curto prazo. Os investimentos podem acontecer nos primeiros seis meses após o Web Summit ou no ano seguinte. Mas, o mais importante, é abrir um caminho de duas vias, em que as empresas brasileiras conheçam o mercado europeu e em que os europeus conheçam as empresas brasileiras”, assinala. Ele cita também o caso de startups brasileiras que conquistam notoriedade ao participarem do evento português e, em consequência disso, conseguiram financiamento no Brasil.

O diretor da ApexBrasil acrescenta que o modelo para o desenvolvimento das exportações brasileiras é o italiano, em que mais de 40% das vendas são feitas por pequenas e médias empresas. “Hoje, no Brasil, as empresas pequenas e médias respondem por apenas 8% das exportações. Temos um investimento de R$ 180 milhões (29 milhões de euros) para organizar essas firmas para exportar”, frisa.

A meta é diversificar o número de exportadores. “Atualmente, 90% das exportações brasileiras saem das regiões Sul e Sudeste”, contabiliza. Assim, um dos passos nesse sentido está sendo dado no Web Summit de Lisboa, com empresas do Norte e Nordeste, das quais 20 de bioeconomia, com sede nos estados da Amazônia Legal.

Internacionalização

Pesaro participa do Seminário de Internacionalização, que ocorre nesta segunda-feira (11/11), em um hotel no centro de Lisboa. Organizado em parceria pelo Sebrae e pela ApexBrasil, com apoio das embaixadas do Brasil em Lisboa, da Embratur e de outras entidades, o evento procura preparar as startups brasileiras para participar do Web Summit.

No total, serão dois seminários para os participantes do evento empresarial de Lisboa. O desta segunda-feira terá informações sobre os mercados português e europeu, as diferenças em termos de legislação, impostos e ambiente de negócios. O segundo, na sexta-feira (15/11), trará o testemunho de empresários que conseguiram realizar a internacionalização de seus negócios com sucesso, para aconselhar sobre os passos a serem dados e os erros a serem evitados.

No seu discurso na abertura do seminário, o gerente de Inovação do Sebrae Nacional, Paulo Renato Cabral, relatou que, com os eventos, todos vão aprender com pessoas que já fazem negócios em Portugal. "O objetivo do Sebrae é fazer match-making da delegação do Brasil com as delegações dos outros países”, afirmou.

A parceria entre o Sebrae e a ApexBrasil para trazer empresas brasileiras para o Web Summit teve como um dos principais focos a diversidade. Assim, 25% das empresas que vieram para Lisboa são das regiões Norte e Nordeste, 27% do total são dirigidas por mulheres. Também houve a preocupação com as áreas mais desfavorecidas, com 10 startups indicadas após um concurso realizado pela Central Única das Favelas (CUFA).

Segundo dados do Governo, o Brasil tem conseguido criar um ambiente favorável ao surgimento e afirmação de empresas. Atualmente, há no país mais de 20 mil startups, sendo que essas empresas captaram 1,46 bilhão de dólares (1,37 bilhão de euros ou R$ 8,5 bilhões) de janeiro a outubro de 2024, 9,5% mais do que no mesmo período de 2023.

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