O desaparecimento dos pirilampos, de novo
O pessimismo tem uma longa história, mas por estes dias tem-se tornado claro que possui, de novo, um futuro auspicioso.
Estávamos no início dos anos 90, o Muro de Berlim tinha-se desmoronado como um castelo de cartas, o mundo parecia abraçar a democracia com convicção e o otimismo aparentava ser quase-hegemónico, apontando com a sua proverbial arrogância para o fim da História. Mas um pequeno judeu canadiano, que com audácia reclamava a autoria da Bíblia, resolveu cantar outra história, de pendor apocalíptico: “As coisas vão deslizar, deslizar em todas as direções/não haverá nada/nada que se possa medir/a tempestade, a tempestade do mundo/atravessou o limiar e subverteu a ordem da alma”, para logo acrescentar, “eu vi o futuro, irmão/é assassínio.”
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