PS-Madeira vai mesmo votar favoravelmente moção de censura do Chega

“Não poderíamos nem vamos segurar este governo de Miguel Albuquerque”, anunciou Paulo Cafôfo. Moção que pode levar à queda de Albuquerque é votada no dia 18 de Novembro.

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Paulo Cafôfo, líder do PS-Madeira Rui Gaudêncio
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Paulo Cafôfo anuncia que o PS-Madeira vai votar favoravelmente a moção de censura do Chega a Miguel Albuquerque. “Não poderíamos nem vamos segurar este Governo de Miguel Albuquerque”, declarou o líder dos socialistas madeirenses, neste sábado, depois de uma reunião da comissão política do partido.

Na base da decisão dos socialistas está o facto de cinco elementos do Governo, incluindo o presidente, estarem envolvidos em casos judiciais. “Isto não é normal numa democracia, não pode ser normal”, disse Cafôfo, referindo-se às várias operações relacionadas com membros do executivo, nomeadamente a operação Ab Initio, que envolve o secretário-geral e deputado do PSD-M, José Prada, e os secretários da Saúde, Finanças e Equipamentos.

O líder do PS-Madeira acusa Miguel Albuquerque de não querer “responder à justiça”, quando “é arguido por casos de corrupção passiva e activa”, por não pedir a retirada da imunidade de que beneficia por ser conselheiro de Estado.

Paulo Cafôfo vai mais longe dizendo que o presidente do Governo Regional da Madeira “só está agarrado ao poder por interesse próprio, para não responder à justiça”, acrescentando que Miguel Albuquerque não se importa nem com o PSD nem com os madeirenses. Está “agarrado ao poder custe o que custar”, acusou.

Questionado sobre o facto de o documento do Chega, que será votado a 18 de Novembro, ser insultuoso para o PS, Paulo Cafôfo argumentou que o texto “não interessa”, “interessa a censura” ao Governo, sublinhando que os madeirenses “não compreenderiam” que “num momento decisivo” o PS “hesitasse”.

A proposta do secretariado regional de votar favoravelmente a moção de censura do Chega foi aprovada “por unanimidade” pela comissão política, disse Cafôfo, acrescentando que esta foi uma “decisão ponderada, reflectida e responsável”.

A posição dos socialistas madeirenses vai contra a de Pedro Nuno Santos que defendeu que o PS nunca deve viabilizar moções do partido liderado por André Ventura.

"Eu acho que o PS, em nenhum lado, em nenhum sítio, deve mobilizar moções do Chega", disse o secretário-geral, na sequência da polémica em torno de Ricardo Leão que, durante a discussão sobre uma moção do Chega — que acabou aprovada com os votos dos socialistas , defendeu que os inquilinos de habitações camarárias que tenham sido condenados por actos de vandalismo devem ser despejados "sem dó nem piedade".

Fonte do PS nacional já respondeu, através da agência Lusa, com garantias de que respeita a autonomia regional do PS-Madeira e considerando que a moção “apenas confirma a falta de condições” do executivo liderado por Miguel Albuquerque para exercer funções.

“O PS nacional respeita a autonomia regional do PS- Madeira”, disse fonte do PS à Lusa. “O PS-Madeira foi contra a formação deste governo e a maioria que o suporta desde o início. Nada mudou quanto a isso. A única coisa que aparentemente mudou foi que a maioria que suportou a formação deste governo deixou de existir. A moção de censura vem apenas confirmar a falta de condições deste governo para se manter em funções.”

Paulo Cafôfo já se tinha mostrado disponível para votar favoravelmente a moção. "Estaremos disponíveis para viabilizar uma moção de censura ao Governo e essa será, efectivamente, a decisão de amanhã", disse, em declarações à Antena 1, na sexta-feira.

O líder dos socialistas criticou ainda Miguel Albuquerque por ter “fugido às suas responsabilidades”, depois de ter regressado às suas férias no Porto Santo, enquanto lavrava um fogo na Madeira.


Notícia actualizada às 21h30 com a posição do PS nacional.

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