Marta Mestre deixa Centro de Artes José de Guimarães no final do ano

A curadora, que assumiu a direcção artística da instituição vimaranense em 2020, trabalhará a partir de 2025 na programação do MAC/CCB, em Lisboa.

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O percurso de Marta Mestre dividiu-se entre Portugal e o Brasil, tendo trabalhado no Instituto Inhotim, em Minas Gerais, e no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro Vasco Célio/Stills
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Marta Mestre deixará no próximo dia 31 de Dezembro a direcção artística do Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG), quatro anos após a sua entrada na instituição vimaranense. A saída foi anunciada esta sexta-feira pela Oficina, a entidade que gere os equipamentos culturais da Câmara Municipal de Guimarães. Em comunicado, a Oficina agradece os “serviços prestados” pela curadora, “sempre com enorme profissionalismo, dedicação e lealdade”.

A curadora, cujo percurso se foi dividindo na década passada entre Portugal e o Brasil, país onde, entre 2010 e 2017, desenvolveu trabalho no Instituto Inhotim, em Minas Gerais, e no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, regressará no próximo ano a Lisboa, onde trabalhara enquanto curadora independente antes de assumir a direcção artística do CIAJG. Uma mudança já preparada e sinalizada internamente “há algum tempo”, pelo desejo de regresso a Lisboa e por considerar que, passados estes quatro anos, se “fecha um ciclo” no trabalho desenvolvido no CIAJG. A juntar a isso, o confronto com um novo desafio. A partir de 2025, revela Marta Mestre ao PÚBLICO, iremos encontrá-la no MAC/CCB, convidada pela directora artística Nuria Enguita para integrar o projecto artístico do museu, colaborando directamente na programação.

No momento em que a saída é anunciada, refere-se aos quatro anos dedicados ao CIAJG como “um período muito rico”, no qual, dando sequência ao trabalho desenvolvido por Nuno Faria, seu antecessor no cargo, prosseguiu “a afirmação da colecção do [Centro Internacional das Artes] José de Guimarães sob um ponto de vista duplo”, explica. “Por um lado, apresentar artistas relevantes e, por outro, apresentar leituras críticas dessa colecção e do seu papel na nossa sociedade”, de que é exemplo Problemas do Primitivismo – A Partir de Portugal, exposição patente no centro de artes até 17 de Novembro.

A saída de Marta Mestre acontecerá no final do ano, mas serão ainda da sua responsabilidade duas exposições programadas para 2025. Uma delas, de Alexandre Estrela, marcará o fim do seu mandato no CIAJG. A ainda directora artística do centro vimaranense, nascido no âmbito da Capital Europeia da Cultura em 2012 e que emana da colecção e obra do artista plástico José de Guimarães, vê o trabalho que ali desenvolveu desde há quatro anos, “feito a várias mãos com uma equipa profissional muito capaz”, como tendo dado continuidade ao processo de afirmação de uma instituição que, existindo “fora dos grandes centros”, “procura ter uma consistência de programação que a singularize e que faça dela uma referência no panorama nacional e internacional”.

No que à sucessão diz respeito, a Oficina nada adianta de momento, reservando para mais tarde novidades quanto ao nome que assumirá em 2025 a direcção artística do CIAJG.

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