Uma acusação de violação abriu a caixa de Pandora do assédio no jazz português

As redes sociais estão há dias inflamadas com alegações sobre o pianista João Pedro Coelho, que nega as acusações de que é alvo, e que se alargaram ao meio. O que está a acontecer é “necessário”.

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Para Inês Laginha, coordenadora do departamento de jazz do Conservatório Nacional, "o que está a acontecer é necessário” Maria Abranches
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Dezenas de pessoas protestaram quarta-feira à porta de um bar de jazz em Lisboa, com cartazes anti-assédio que avisavam “we see you”, enquanto decorria um concerto que era para ser de um quarteto e passou a trio. O pianista João Pedro Coelho, acusado na justiça por uma DJ e música de violação, terá decidido não comparecer. Manifestantes, clientes e proprietários conversaram, ou tentaram conversar, sobre o tema que há dois dias tomava conta das redes sociais: denúncias de vários tipos de assédio alegadamente cometidos por este e outros músicos de jazz, espoletadas pela partilha da queixosa que acusa o pianista de violação. “Viralizou logo a seguir. Percebi imediatamente que abri uma caixa de Pandora”, diz ao PÚBLICO Liliana Cunha, cuja queixa à PSP seguiu já para o Ministério Público. A agitação frente ao clube de jazz foi um espelho da insatisfação e exigência de mudança no meio.

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