O famoso Monte Fuji recuperou finalmente o seu emblemático manto de neve nesta quinta-feira, estabelecendo o recorde da queda de neve mais tardia dos últimos 130 anos, segundo a agência meteorológica japonesa.
A montanha atingiu o marco anual a 5 de Outubro do ano passado, tornando o manto de neve deste ano o último a formar-se desde 1894, quando o fenómeno foi registado pela primeira vez. Os funcionários do observatório de Kofu (uma cidade a norte do Monte Fuji), que todos os anos noticiam este marco, viram alguma neve perto do cume do vulcão mais alto do país – com 3776 metros de altitude – na manhã desta quinta-feira, informou o gabinete.
A "primeira queda de neve" no Monte Fuji é definida como o momento em que toda ou parte da montanha fica coberta de neve ou de "precipitação sólida de aspecto branco", acrescentou o gabinete, e pode ser vista a partir do seu observatório pela primeira vez depois do Verão.
A primeira queda tem sido cada vez mais tardia nos últimos anos, embora as razões não sejam claras ainda, explica Mamoru Matsumoto, do gabinete do observatório, à Reuters. "Sinto-me aliviado por finalmente ver a neve", comenta o especialista. "A temperatura no cume do Monte Fuji tem estado alta desde Outubro, por isso eu estava a prever um grande atraso na queda de neve, o que me estava a causar alguma sensação de desconforto", conclui Matsumoto.
A temperatura excepcionalmente elevada fez com que a chuva não se transformasse em neve em Outubro, quando a temperatura média no pico atingiu um recorde de 1,6ºC, em comparação com a média do mês homólogo do ano passado de -2ºC, segundo dados oficiais. O Verão mais quente do Japão, que foi registado este ano, fez subir a temperatura média nacional de Junho a Agosto em mais 1,76ºC do que o habitual.