“Não desistam”: memorial de opositores russos vai homenagear Navalny em Lisboa
“Não temos dúvidas de que Vladimir Putin esteve envolvido neste assassínio”, diz dirigente da Associação de Russos Livres. Inauguração do memorial prevista para 12 de Novembro.
A Associação de Russos Livres vai homenagear o opositor Alexei Navalny, que morreu numa prisão russa, com um memorial em Lisboa, contendo a frase em português e russo "não desistam", proferida pelo político aos seus apoiantes.
Timofei Bugaevski, da associação que junta imigrantes russos pró-democracia, responsabilizou Vladimir Putin pela morte do opositor e antigo candidato presidencial.
"Não temos dúvidas de que Vladimir Putin [Presidente russo], reconhecido pelo Tribunal Penal Internacional como um criminoso de guerra e reconhecido pela Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa como um ditador ilegítimo, esteve envolvido neste assassínio", numa estratégia de liquidar opositores e "pilhar a Rússia" ao longo dos anos, refere o dirigente da associação.
"Neste momento, [Putin] continua a assassinar dezenas de milhares de pessoas e a destruir a vida de milhões de pessoas na Ucrânia e o futuro da Rússia, em nome de ambições pessoais", acusou ainda.
Navalny, referiu Bugaevski, "deu a vida a lutar contra o regime de Putin e contra a guerra na Ucrânia" de que era opositor desde 2014, tendo morrido em Fevereiro deste ano.
As lápides e estátuas de homenagem a Navalny, um pouco por todo o mundo, têm sido vandalizadas, mas Bugaevski espera que em Portugal o cenário seja diferente. Explica ainda: "Queremos que a sua memória não seja apenas preservada, mas que inspire os russos a lutar pela liberdade contra a tirania", com acções concretas a favor de Kiev na guerra da Ucrânia, que podem ser consultadas na página da associação.
"Por isso, queremos apelar aos russos para que sejam activos, se unam e apoiem a Ucrânia na sua luta contra o mal que nós não conseguimos travar no nosso próprio país", acrescentou.
A inauguração do memorial decorre dia 12 de Novembro, na Rua Visconde de Santarém. No dia, 17, a associação promove uma marcha do memorial até à Praça dos Restauradores, associando-se a uma acção de solidariedade internacional de opositores.
"Somos periodicamente acusados de sermos traidores do nosso país natal", mas "não estamos a lutar contra" a Rússia, mas contra "o regime de Putin que o está a usurpar e a destruir" a sociedade russa, explica Bugaevski.