Ministro dos Negócios Estrangeiros israelita a caminho de Amesterdão após violência entre adeptos. Netanyahu envia aviões

Dezenas de detidos em Amesterdão em confrontos nas ruas após o Maccabi Telavive-Ajax. Israel fala em perseguição contra judeus. Ministro dos Negócios Estrangeiros israelita vai aos Países Baixos.

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Adeptos de futebol israelitas e jovens holandeses confrontam-se perto da estação central de Amesterdão X/iAnnet / X/IANNET VIA REUTERS
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Agentes da polícia fazem um cordão de segurança à volta de um autocarro após o jogo de futebol entre o Ajax e o Maccabi Telavive, em Amesterdão VLN Nieuws / EPA
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Agentes da polícia fazem um cordão de segurança à volta de um autocarro após o jogo de futebol entre o Ajax e o Maccabi Telavive, em Amesterdão VLN Nieuws / EPA
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Israel ordenou esta sexta-feira, 8 de Novembro, o envio de dois aviões para Amesterdão para socorrer adeptos do Maccabi Telavive, na sequência de confrontos que levaram a dezenas de detenções à margem de um jogo da Liga Europa. “O primeiro-ministro ordenou o envio imediato de dois aviões de socorro para ajudar os nossos cidadãos”, indicou, em comunicado, o gabinete de Benjamin Netanyahu, acrescentando que este encarou o "terrível incidente com a maior seriedade". O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Saar, está a caminho dos Países Baixos.

Os confrontos aconteceram na quinta-feira à noite no centro de Amesterdão, depois do jogo de futebol que opôs o Ajax e o Maccabi Telavive, com o resultado de 5-0 para o clube neerlandês. “Um grande número de veículos da unidade móvel está presente e foram também chamados reforços. Os jovens também terão provocado a polícia”, descreveu a emissora local AT5. A polícia protegeu e escoltou os adeptos israelitas de volta ao hotel, de acordo com imagens partilhadas pela emissora.

Citada pela agência de notícias dos Países Baixos ANP, a polícia afirmou ter efectuado 57 detenções durante o dia. Na quinta-feira, a polícia disse, na rede social X, estar “particularmente vigilante”, depois de ter relatado vários incidentes, incluindo uma bandeira palestiniana arrancada de uma fachada “por pessoas desconhecidas”.

De acordo com notícias difundidas nos Países Baixos, várias centenas de adeptos do Maccabi, clube de futebol de Telavive, que jogou contra o clube holandês Ajax, foram alvo de ataques quando se encontravam reunidos numa praça de Amesterdão onde estavam "manifestantes pró-palestinianos". Os incidentes de quinta-feira à noite nos Países Baixos provocaram ferimentos a 10 cidadãos israelitas tendo a polícia local detido duas pessoas.

Durante a tarde, cerca de uma centena de apoiantes israelitas reuniu-se na praça Dam — rodeados por forte presença policial — antes de se dirigir para o estádio Johan Cruyff, no sudoeste de Amesterdão.

Na quarta-feira, a presidente da Câmara de Amesterdão, Feme Halsema, proibiu uma manifestação de apoio à Palestina que ia decorrer junto ao estádio Johan Cruiff por recear "problemas". A manifestação pró-palestiniana, a condenar a visita do clube israelita foi transferida pela câmara municipal de Amesterdão para uma localização mais afastada, por razões de segurança.

Israel fala em"pogrom anti-semita"

O Presidente de Israel disse esta sexta-feira que as agressões supostamente levadas a cabo por manifestantes pró-palestinianos contra adeptos de uma equipa de futebol de Israel nos Países Baixos foram um "pogrom anti-semita". "Vemos com horror, hoje de manhã, as chocantes imagens que, desde 7 de Outubro, esperávamos não voltar a ver", disse Isaac Herzog, que comparou o incidente nos Países Baixos com os ataques de membros do Hamas de 2023 em que morreram 1200 pessoas em território israelita.

O termo russo "pogrom" designa desde o século XIX a agressão e perseguição deliberada contra um grupo étnico, sobretudo judeus.

O novo ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Gideon Saar, disse, após contactos com as autoridades de Haia, que pelo menos 10 pessoas ficaram feridas considerando os incidentes "bárbaros e anti-semitas". "Espero que as autoridades dos Países Baixos actuem de imediato e tomem as medidas necessárias para proteger, localizar e resgatar todos os israelitas e judeus atacados", disse o chefe de Estado de Israel.

Anteriormente o primeiro-ministro de Israel ordenou o envio "imediato de dois aviões de resgate" para retirar os cidadãos israelitas e exigiu às autoridades dos Países Baixos "actuação firme e rápida" contra aqueles que provocaram as agressões.

O chefe do Executivo de Israel esteve, entretanto, em contacto telefónico com o primeiro-ministro dos Países Baixos, Dick Schoff a quem pediu garantias de segurança a todos os israelitas que se encontram no país. Em comunicado, Benjamin Netanyahu agradeceu a Dick Schoff por ter classificado os incidentes nos Países Baixos como um "ato anti-semita".