Governo vai dispensar a revisão obrigatória de projectos para executar o PRR
O Governo vai aprovar a dispensa da revisão obrigatória dos projectos, uma medida para simplificar e agilizar a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que os municípios tinham pedido, revelou hoje o ministro da Coesão Territorial.
A medida era pedida pela Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) para agilizar a execução de projectos, nomeadamente de habitação e de recuperação de escolas e centros de saúde, apoiados pelo PRR.
Segundo o ministro, Manuel Castro Almeida, a norma que vai dispensar a revisão obrigatória dos projectos será aprovada pelo Conselho de Ministros e segue-se a uma outra medida de simplificação de procedimentos do PRR, que foi a isenção do visto prévio das obras pelo Tribunal de Contas (TdC), também pedido pelos municípios.
De acordo com o ministro, que se confessou “muito entusiasta da vantagem de fazer revisão de projectos”, a dispensa da revisão não vai acontecer sempre.
“Vamos dispensar sempre que um serviço público comprove, com um cronograma, que se fizer a revisão de projecto esse tempo que vai aí perder o impede de executar um projecto dentro do prazo que está previsto pelo PRR e pelo Portugal 2030. Nessa altura, e só nessa altura, ele decide e fundamenta dispensar a revisão obrigatória do projecto”, explicou.
O ministro considerou que estas medidas “em nenhum caso põem em perigo a boa execução de dinheiros públicos” e não aumentam o risco de fraude.
“Não estamos a salvo de qualquer fraude, como em nenhuma circunstância estamos. Mas, não é por causa destas alterações que aumentámos o risco de fraude [e] apressámos a execução”, defendeu.
No caso da dispensa do controlo prévio pelo TdC não está em causa a fiscalização sucessiva dos projectos pelo tribunal, mas sim a fiscalização preventiva, “o que até responsabiliza” as administrações, salientou.
A proposta de lei de Orçamento do Estado para 2025 foi aprovada na generalidade com os votos a favor dos dois partidos que apoiam o Governo, PSD e CDS-PP, e a abstenção do PS.
Os restantes partidos da oposição – Chega, IL, BE, PCP, Livre e PAN – votaram contra.
O PS já anunciou que se irá abster também na votação final global, marcada para 29 de Novembro, assegurando a viabilização do primeiro Orçamento do Estado apresentado pelo executivo minoritário PSD/CDS-PP, chefiado por Luís Montenegro.