Primavera Sound Porto com Charli XCX, Fontaines D.C., Deftones e Beach House

Festival acontece entre 12 e 15 de Junho de 2025. Sabrina Carpenter e Chappell Roan, estrelas pop que dias antes estarão em Barcelona, não fazem a travessia ibérica na sua totalidade.

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Charli XCX traz ao Porto o seu álbum-fenómeno Brat Harley Weir
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Charli XCX, Deftones, Fontaines D.C., Central Cee, Jamie xx e Beach House estão entre os nomes que constam das letras grandes da edição do próximo ano do Primavera Sound Porto, que revelou esta quinta-feira a sua programação (quase) completa. O festival, habitualmente de três dias, regressa ao Parque da Cidade num formato ampliado, entre 12 e 15 de Junho de 2025 — o último dia, cujo alinhamento deverá ser divulgado brevemente, será dedicado à música electrónica.

Também confirmadas estão as presenças de Haim, Turnstile, Michael Kiwanuka, Parcels, Caribou, Wet Leg, TV on the Radio, Floating Points, The Jesus Lizard, Denzel Curry, Anohni and the Johnsons, Cap’n Jazz, Destroyer, Liniker, Kim Deal, Los Campesinos!, Squid, Waxahatchee ou Magdalena Bay. No que toca à representação nacional, há A Garota Não, Capitão Fausto, David Bruno, Maria Reis ou Surma.

As estrelas pop Sabrina Carpenter e Chappell Roan, que fazem parte do lote de cabeças de cartaz do próximo Primavera Sound Barcelona, o irmão mais velho do Primavera portuense, não passam por Portugal. Ambas fizeram grande sucesso, este ano, com canções candidatas a “música do Verão”: Espresso e Good luck, babe!, respectivamente.

Depois de este ano ter actuado apenas em Barcelona e não no Porto, Charli XCX vai passar por ambos os festivais em 2025. Consigo, a cantora e compositora britânica trará o delírio electropop de Brat, álbum que se tornou um fenómeno cultural — de tal forma que, há dias, o dicionário da língua inglesa Collins escolheu o título do disco, que significa “pirralho” ou “pirralha”, como a sua palavra do ano. Consensualmente aclamado pela crítica especializada, o mais recente projecto da autora que também tem no seu currículo Charli (2019) ou How I’m Feeling Now (2020) ficou a meia estrela da pontuação máxima nas páginas do Ípsilon; a Charli de Brat é “uma melodista genial a cavalgar numa electrónica estridente e descompensada”, escreveu Pedro João Santos.

Relativamente aos Fontaines D.C., os irlandeses marcam encontro com o Porto dias depois da sua passagem pelo Campo Pequeno, em Lisboa — e poucos meses após terem subido ao palco principal do Vodafone Paredes de Coura, no último dia do festival minhoto (que foi aquele em que se notou o maior aglomerado de pessoas). No que ao rock diz respeito, a banda liderada pelo vocalista Grian Chatten será, neste momento, das mais capazes de encher estádios ou festivais desta dimensão. Em estúdio, como demonstra o novo álbum Romance, já se sente uma certa viragem para uma sonoridade talvez menos arriscada.

As guitarras far-se-ão ouvir no palco principal também graças aos Deftones e aos Beach House, nomes sonantes e veteranos (o primeiro mais ainda do que o segundo) do metal alternativo e da dream pop, respectivamente. Quanto a Central Cee, o jovem rapper britânico, que após um par de mixtapes se prepara para lançar o seu primeiro álbum de estúdio, regressa ao Primavera depois de já cá se ter apresentado em 2023. Por seu turno, o produtor Jamie xx, dos The xx, virá ao Porto com o seu álbum a solo In Waves — “um elogio ao club”​, como aqui escreveu Pedro Rios.​

Os americanos Turnstile, que em 2022 actuaram no palco secundário do Vodafone Paredes de Coura, aparecem agora no cartaz do Primavera com um destaque que permite imaginar uma chamada ao palco principal. Ao lado da banda de hardcore surge o pop rock das irmãs Haim e a soul de Michael Kiwanuka, músico habituado aos palcos portugueses (ainda este ano o vimos no Nos Alive) que está em vias de lançar um álbum novo — Small Changes sai este mês.

Abaixo das letras garrafais podemos encontrar, por exemplo, Floating Points, produtor britânico que este ano lançou o seu primeiro disco após Promises, improvável e excelente colaboração com o saxofonista Pharoah Sanders e a Orquestra Sinfónica de Londres. Há também Denzel Curry (figura relevante do actual hip-hop alternativo), o neo-disco dos australianos Parcels (que, como Kiwanuka, também continuam a somar visitas aos palcos portugueses), um regresso ao indie rock dos anos 2000, com os TV on the Radio, ou uma passagem pelo indie rock de agora, com as Wet Leg — que no seu álbum homónimo, de 2022, apenas aqui e ali mostram o que de bom conseguem fazer quando juntam melodias peganhentas e algum sentido de humor.

Menções ainda para: Alan Sparhawk, metade dos Low que agora se virou para uma electrónica caseira e experimental em White Roses, My God, álbum em que chora a morte da sua parceira Mimi Parker; os Cap’n Jazz, banda que, apesar de ter tido um período de actividade curto nos anos 1990, se tornou um nome muito influente no espaço de intersecção entre o emo e o hardcore; a indietronica de Caribou; os Jesus Lizard, instituição do noise rock/pós-hardcore das décadas de 1980 e 1990 que se reuniu este ano; Kim Deal, histórica baixista dos Pixies e das Breeders que está prestes a lançar o seu primeiro álbum a solo; a synth-pop da dupla Magdalena Bay; o rock experimental dos britânicos Squid (mais um grupo que temos visto com alguma regularidade ultimamente); ou Waxahatchee, projecto em que a cantautora Kathryn Crutchfield mergulha nas águas da country alternativa.

Os passes gerais já estão à venda nos locais habituais — e o seu custo passou, esta quinta-feira, dos 160 para os 180 euros.

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