Bossarenova Trio está de volta com Atlântico e uma homenagem a Tom Jobim

O trio composto por Paula Morelenbaum, Ralf Schmid e Joo Kraus regressa a Portugal, onde estreou Atlântico em 2020, e traz algumas novidades na bagagem.

Foto
Joo Kraus, Paula Morelenbaum e Ralf Schmid STEFFEN THALEMANN
Ouça este artigo
00:00
03:20

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

Foi por um triz: os concertos que o Bossarenova Trio deu em Portugal, em Fevereiro e Março de 2020, terminaram a escassos dias de ser declarada a pandemia da covid-19. Nessa altura, estrearam o seu novo disco, Atlântico, em Coimbra, Ponte de Lima e Porto e começaram a ver fecharem-se as portas noutras salas da Europa. Quatro anos depois, o trio que Paula Morelenbaum formou com Ralf Schmid e Joo Kraus regressa a Portugal para, ainda com Atlântico na bagagem mas acrescido de outras novidades, tocarem em três salas: esta sexta-feira em Penafiel, no Ponto C (22h39), sábado em São João da Madeira, na Casa da Criatividade (21h30) e domingo em Lisboa, no CCB (17h).

Nas vésperas dos concertos, Paula Morelenbaum recorda ao PÚBLICO como foi 2020: “Seria cómico se não fosse trágico. A gente estava fazendo essa digressão, e conforme a gente passava pelas cidades, o show do dia seguinte não tinha mais, era cancelado. Mas teve um show na Itália, em Milão, onde não fomos porque achámos que não podíamos ir, e eles não cancelaram. Porque não estavam acreditando, era muita ficção científica, muito filme, aquilo não podia ser verdade.” Mas foi. E só a partir de finais de 2021 os músicos recomeçaram a fazer-se à estrada, para recuperar os muitos meses de paragem.

“A gente está voltando aos palcos faz um tempo”, diz Paula. “E é uma felicidade estar voltando aqui para mostrar esse trabalho, mesclado com outras coisas que a gente está fazendo também, e vamos fazer uma pequena homenagem a Tom Jobim [1927-1994], com canções dele, porque este ano faz 30 anos que o Tom faleceu.” Paula Morelenbaum integrou a Banda Nova de Tom Jobim durante dez anos, e esteve com ele no grupo de dez músicos que o acompanharam num memorável concerto em Lisboa, no Mosteiro dos Jerónimos, em 11 de Setembro de 1992; dois anos antes de ele morrer, de paragem cardíaca, após uma operação num hospital de Nova Iorque, em 2 de Dezembro de 1994.

Projecto iniciado na Alemanha, quando Paula foi desafiada para trabalhar com uma big band alemã, do qual saiu o disco Bossarenova, em 2009, o Bossarenova Trio já gravou até à data dois álbuns com esse nome: Samba Prelúdio (2013) e Atlântico (2019). A par deste trabalho com o trio, Paula Morelenbaum desenvolve outros projectos (esteve em Portugal, por exemplo, em 2023, para actuar com Jaques Morelenbaum, seu marido, e Fred Martins) e actualmente tem dois novos trabalhos, um já pronto e outro quase.

“Estou com dois discos novos para lançar”, diz Paula. “Um, está sendo lançado na semana que vem e é um disco só em homenagem ao Tom Jobim, que gravei, por conta desses 30 anos, com o violonista Arthur Nestrovski, de São Paulo. Foi gravado numa semana, em Agosto, e sai agora. O outro projecto é com o Bossarenova Trio e está quase terminado. Desta vez 80 por cento das músicas serão da nossa autoria, com letras minhas e músicas deles.” O disco com Nestrovski, quase todo a voz e violão (ainda que em parte dele participe um percussionista e outro violonista) chama-se Jobim Canção e o do Bossarenova Trio não tem ainda nome: “Ainda estamos num momento de criação”, diz Paula. “Vamos aproveitar e gravar algumas músicas num estúdio de Portugal.”

Sugerir correcção
Comentar