“Guta Moura Guedes era namorada de Mexia. Estado pagou-lhe 176 mil euros”, publicado a 31/10/2024

Direito de resposta de Guta Moura Guedes a artigo publicado no dia 31 de Outubro na edição de papel e online.

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Mentira, omissão e parcialidade.

O artigo de Ana Henriques (AH) no dia 31 de Outubro de 2004 com o título “Guta Moura Guedes era namorada de Mexia. Estado pagou-lhe 176 mil euros” tem falsidades e omissões graves que importa esclarecer, decorrentes em parte das mentiras escritas na acusação do Ministério Público (MP) relativas a mim própria, num capítulo cujo carácter misógino deve assustar qualquer um de nós.

Enquanto cidadã e leitora do PÚBLICO, surpreende-me que o que AH escreve não reflicta os princípios que associo a este jornal, entre os quais o da verificação dos factos e o relatar isento da realidade. Ao reproduzir uma invenção, AH ofende de modo inaceitável o meu bom nome e reputação. De forma insidiosa e parcial:

1. Centra o artigo na versão do MP, uma narrativa assente numa mentira: a de que eu teria uma relação pessoal com António Mexia no período entre 12 de Outubro de 2007 e 14 de Janeiro de 2009. A minha relação com António Mexia, com quem vivo desde 14 de Janeiro 2015, como consta dos autos, era nesse período total e completamente inexistente;

2. Sabendo a minha resposta, que relegou para uma menção final no texto, escolhe colocar uma afirmação mentirosa no título da notícia;

3. Omite que as condições da minha nomeação para o Art Algarve — ajuste directo e montante atribuído — foram idênticas às do meu antecessor, a Fundação de Serralves, nos dois anos anteriores.

Esta não foi a primeira nem a última nomeação ou convite que tive ao longo dos 30 anos da minha carreira, feitas por governos diferentes. Em relação ao meu curriculum e à minha reputação, postos em causa na argumentação do MP e neste artigo de AH, não me assaltam nenhumas dúvidas. Pelo contrário, sei que integro o grupo de poucas mulheres que, dentro e fora do nosso País, se empenham de forma continuada e livre na defesa e promoção da nossa cultura, servindo Portugal.

Deixo a pergunta: é este o jornalismo que o PÚBLICO quer fazer?

Guta Moura Guedes, co-fundadora e presidente da ExperimentaDesign e directora artística da Terrafoundation


Nota da Direcção

Para um claro esclarecimento dos leitores, convém sublinhar que a visada foi contactada pela jornalista, remetendo-se à declaração reproduzida, e que os elementos constantes do artigo são parte integrante do despacho de acusação do Ministério Público sobre as ligações entre o ex-ministro da Economia, Manuel Pinho, e a EDP.

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