Desemprego estabilizou em 6,1% no terceiro trimestre
Há 334,7 mil desempregados e outros 250,7 mil em situação de sub-emprego. São 38% os que estão fora do mercado laboral há pelo menos 12 meses.
A taxa de desemprego manteve-se em 6,1% no terceiro trimestre deste ano, permanecendo no valor em que se encontrava no trimestre anterior e no terceiro trimestre do ano passado, mostram dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Embora a proporção de pessoas que se encontram fora do mercado de trabalho relativamente à população activa não se tenha alterado, em termos absolutos registou-se um aumento de 0,8% da população desempregada em relação ao trimestre anterior e de 1,3% face aos meses de Julho, Agosto e Setembro do ano passado.
Ao todo, há agora 334,7 mil pessoas desempregadas, mais 2,7 mil do que no trimestre anterior e mais 4,2 mil do que no período homólogo.
Ao mesmo tempo, a população empregada aumentou na mesma dimensão em relação ao trimestre anterior, em 0,8%, e também melhorou em relação ao terceiro trimestre de 2023, em 1,2%. O INE estima haver 5,14 milhões de pessoas empregadas, mais 41 mil do que no trimestre anterior e 59,1 mil face ao trimestre homólogo.
Além de estimar a taxa de desemprego, o INE também mede a evolução da chamada “subutilização do trabalho”, um indicador que, além de incluir a população desempregada, soma outras situações de ausência de emprego, como o número de trabalhadores que exercem uma actividade a tempo parcial, os trabalhadores contabilizados como inactivos que se encontram à procura de emprego mas não estão disponíveis para começar a trabalhar imediatamente, e os inactivos que embora se encontrem disponíveis não procuram trabalho.
Há 585,4 mil pessoas nalguma destas circunstâncias, menos 2000 pessoas do que no trimestre de Abril a Junho (uma quebra de 0,3%) e menos 45,4 mil (7,2%) do que no trimestre de Julho a Setembro do ano passado.
A taxa de subutilização do trabalho corresponde a 10,4%, tendo diminuído face aos 10,2% do trimestre anterior e aos 9,5% do período homólogo.
Além dos 334,7 mil desempregados, há 123,4 mil pessoas que trabalham a tempo parcial, 33 mil inactivos à procura de emprego, mas não disponíveis para trabalhar, e 94,4 mil inactivos disponíveis para trabalhar, mas que não procuraram emprego.
Em três regiões, a taxa de desemprego foi superior à média nacional: na Península de Setúbal, ficou em 8,2%; no Oeste e Vale do Tejo, em 7,5%; no Norte, em 6,2%. Nas outras seis regiões, ficou abaixo: no Alentejo, em 5,9%; no Centro e na Madeira, em 5,7%; na Grande Lisboa, em 5,6%; nos Açores, em 4,9%; Algarve, em 4,5%.
Teletrabalho abrange 19%
A proporção da população empregada em teletrabalho baixou ligeiramente em relação ao segundo trimestre. Ao todo, havia 984,5 mil pessoas a trabalhar a partir de casa, o equivalente a 19,2% da população trabalhadora. A diferença é de apenas um ponto percentual.
Segundo o INE, a melhoria na população empregada para 5,14 milhões de pessoas “resultou, essencialmente, dos acréscimos” em seis agregados: “mulheres (30,5 mil; 1,2%); pessoas dos 55 aos 64 anos (27,9 mil; 2,8%); com ensino superior (114,7 mil; 7,0%); empregados no sector dos serviços (56,6 mil; 1,5%), nomeadamente no conjunto das secções de actividade O (administração pública e defesa; segurança social obrigatória) e P (educação), cujo aumento (42,3 mil; 5,9%) representou 74,7% da variação do sector; trabalhadores por conta própria (45,7 mil; 6,4%); e a tempo completo (59,3 mil; 1,3%).”
Já em relação à evolução da população desempregada, o INE estima que o aumento absoluto em relação ao terceiro trimestre do ano passado deve-se sobretudo aos acréscimos em cinco grupos populacionais: nos “homens (7,6 mil; 5,0%); pessoas dos 45 aos 54 anos (10,6 mil; 19,2%); com ensino superior (11,2 mil; 15,2%); à procura de novo emprego (6,2 mil; 2,2%); e desempregados há 12 e mais meses (4,4 mil; 3,6%).”
Do universo de pessoas desempregadas, 38% “encontrava-se nesta condição há 12 e mais meses”, sendo contabilizada como desempregados de longa duração. Aqui, há um recuo na percentagem em 1,2 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior, mas há um agravamento em 0,9 pontos face ao que se verificava no terceiro trimestre do ano anterior. “Esta condição teve maior prevalência entre aqueles dos 45 aos 54 anos (48,2%) e dos 55 aos 74 anos (60,6%), assim como junto dos que completaram, no máximo, o terceiro ciclo do ensino básico (49,6%)”, refere o INE.
O aumento em relação a 2023, diz o instituo estatístico, deve-se a um agravamento do desemprego de longa duração entre as mulheres, na faixa etária dos 45 aos 54 anos e entre os desempregados com ensino secundário e pós-secundário.