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O Quatrilho, Dona Flor e Bye, Bye Brasil: o cinema brasileiro em Portugal
Homenagem aos 60 anos da mais importante produtora cinematográfica do Brasil, a LC Barreto, terá mostra com obras que fizeram história. Exibição começa nesta quarta, na Cinemateca Portuguesa.
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O que obras clássicas do cinema brasileiro, como O Quatrilho, Dona Flor e seus Dois Maridos, Terra em Transe, Garrincha, Alegria do Povo e Bye Bye Brasil têm em comum? São todos filmes da produtora LC Barreto, que está completando 60 anos. Em homenagem à empresa, fundada por Luiz Carlos Barreto, que foi fundamental na história do cinema no Brasil, a Cinemateca Portuguesa realizará um ciclo com esses cinco filmes, cuja exibição começa esta quarta-feira (6/11).
A responsabilidade pela homenagem é de Vera Zaverucha, ex-presidente da Agência Nacional de Cinema (ANCINE) e amiga da família Barreto. “Idealizei o projeto e fiz a conexão da Cinemateca Portuguesa com a empresa LC Barreto para que ocorresse o evento. A LC Barreto é a maior produtora brasileira, sendo responsável por mais de 150 obras. Estamos trazendo não só filmes da família, mas de outros diretores”, explica.
Se fosse apenas pelos filmes de integrantes da família de Lucy e Luiz Carlos Barreto, a produtora já teria um lugar na história do cinema brasileiro. Bruno Barreto dirigiu Dona Flor e Seus Dois Maridos, um dos maiores sucessos da história do cinema feito no Brasil, O Que É Isso, Companheiro? — indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro de 1998 —, Bossa Nova e Flores Raras.
Fábio Barreto, por sia vez, assinou a direção de O Quatrilho, indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro de 1996, e Lula, o Filho do Brasil. Mas a LC Barreto teve papel de destaque no movimento conhecido como Cinema Novo, sendo responsável pela produção de Garrincha — Alegria do Povo, Vidas Secas, de Nelson Pereira dos Santos, e Terra em Transe, de Glauber Rocha.
A produtora também esteve por trás de outras obras emblemáticas do cinema brasileiro, como Memórias do Cárcere, de Nelson Pereira dos Santos, Bye Bye Brasil, de Cacá Diegues. Produziu também películas de Joaquim Pedro de Andrade, Miguel Falabella, Jorge Bodansky, Walter Lima Júnior, entre outros. Cacá Diegues costumava dizer que a casa de Lucy e Luiz Carlos Barreto era um ponto de encontro e um espaço criativo onde se sonhava e se planejava o futuro do cinema brasileiro.
Morando em Lisboa, Vera explica o motivo de realizar a homenagem em Lisboa. “Houve o interesse da Cinemateca Portuguesa e há uma comunidade brasileira grande na cidade”, observa. A abertura do ciclo de exibições terá a presença de Júlia Barreto, neta de Luís Carlos Barreto, e filha de Fábio Barreto. Também foi convidada a atriz principal de O Quatrilho, Glória Pires.