Marcelo volta a alertar para necessidade de cumprir o PRR que “está muito atrasado”
Chefe de Estado tem-se mostrado preocupado com a baixa taxa portuguesa de execução do plano, que tem que estar todo implementado até ao final de 2026.
O Presidente da República voltou nesta terça-feira a alertar para a necessidade de o país cumprir o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que está "muito atrasado", defendendo que, a par da aprovação final do Orçamento do Estado (OE) para 2025, é o grande desafio deste ano.
"Penso que há, este ano, dois ou três grandes desafios e são esses que me preocupam. Um era que o orçamento passasse. Já vamos a meio caminho, mas ainda não passou tudo. É preciso que passe na votação final global", começou por afirmar Marcelo Rebelo de Sousa quando questionado pelos jornalistas à margem de um encontro nacional de cuidadores informais, no distrito do Porto.
Outro desafio é a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que, na avaliação do chefe de Estado, "está muito atrasado". "Era muito importante que o PRR fosse cumprido. Está muito atrasado - não é atrasado - é muito atrasado", vincou. "Nós gastámos até agora menos de seis mil milhões [de euros] e temos para gastar ao todo 22 mil milhões [de euros]. Temos, em teoria, até final de [20]25, esticando até [20]26", declarou.
Em Julho, no distrito de Viseu, o Presidente da República desafiou o Governo a imitar a Stellantis na execução do PRR, depois de o ministro da Economia ter assumido que aquela empresa automóvel é um exemplo para o sector. "Estava a ouvir o presidente [da Stellantis] Carlos Tavares e o ministro da Economia, que é também fogoso, e estava a dizer comigo mesmo: da mesma maneira que com a Stellantis foi possível ter, em relação à agenda mobilizadora, 51% de cumprimento num ano, é preciso que o PRR, todo ele, a taxa de cumprimento se aproxime dos 51% e os ultrapasse rapidamente, que não temos todo o tempo do mundo", salientou Marcelo Rebelo de Sousa.
Marcelo Rebelo de Sousa disse aos jornalistas que a taxa de execução do PRR, "apesar de uma recuperação que houve no ano passado em relação a anos anteriores, está ainda muito baixa". O Presidente da República disse que basta fazer as contas, entre o que já foi executado, recebido e o reembolso que "proximamente" será concretizado e "fica um vazio muito grande".
"Uma diferença muito grande entre o dinheiro que temos disponível, que já está contratualizado e que já chegou às entidades intermédias, mas está em termos burocráticos a ter dificuldades em chegar ao destinatário final", disse.
Nesse sentido alertou que o tempo que está pela frente "é muito limitado", são dois anos e meio, já que o prazo de execução do PRR é o final de 2026. "Temos de recuperar rapidamente, sabemos que temos taxas de execução que são melhores de que outros países europeus, mas isso não nos consola, temos que melhorar", avisou à data.