Soldados norte-coreanos já combatem na Ucrânia e podem chegar aos 12 mil

Reforço cedido à Rússia pela Coreia do Norte já combate na região de Kursk, detalha Volodymyr Zelensky. Pentágono diz que número de soldados se aproxima dos 12 mil.

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Coreia do Norte destacou militares para combates na Ucrânia KCNA / EPA
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O conflito armado na Ucrânia passou oficialmente a envolver soldados norte-coreanos. A mais recente ofensiva das forças ucranianas atingiu alguns destes homens, sendo possível apurar que os militares enviados pelo regime de Kim Jong-un estão já distribuídos pelos batalhões russos, desempenhando agora um papel activo na tentativa de invasão da Ucrânia. Estima-se que estejam do lado russo neste momento entre 11.000 e 12.000 soldados norte-coreanos, de acordo com os números divulgados esta terça-feira, 5 de Novembro, pelo porta-voz do Pentágono, o major-general Patrick Ryder. Este grupo inclui cerca de 500 oficiais e três generais, segundo as informações conseguidas pela inteligência ucraniana.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, também confirmou que a força "emprestada" a Vladimir Putin pelo ditador norte-coreano já está na região fronteiriça de Kursk, área em que se concentram os combates. O reforço de números do lado inimigo coloca agora maior pressão sobre as forças ucranianas no terreno, com o Presidente ucraniano a exasperar com aquilo que considera ser a letargia dos países aliados.

"Vemos um incremento de norte-coreanos e nenhum aumento na reacção dos nossos parceiros, infelizmente", lamentou Zelensky, no discurso diário à nação desta segunda-feira.

O ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov, foi outra das fontes oficiais a confirmar que os combates já têm como protagonistas os soldados norte-coreanos que chegaram à Rússia nos últimos dias.

Durante as últimas semanas, os parceiros internacionais da Ucrânia endereçaram avisos à Coreia do Norte, alertando Kim Jong-un que o destacamento de soldados para o conflito na Ucrânia não seria visto com bons olhos. Os Estados Unidos chegaram mesmo a dizer que estes militares iriam certamente voltar para a casa "em sacos para cadáveres".

Já na Coreia do Sul, receia-se que esta decisão possa trazer ainda maior instabilidade para a península coreana. A tensa relação entre os países vizinhos pode ficar ainda mais danificada nos próximos meses, temendo-se que a Coreia do Norte adquiria conhecimentos tecnológicos que lhes permitam avançar os sistemas de armamento nuclear. Estes avanços seriam a retribuição do Kremlin ao reforço de homens no combate contra a Ucrânia. Mesmo assim, a Coreia do Sul não decidiu ainda se irá enviar munições para a Ucrânia, apesar dos apelos de Kiev e Washington.

As informações recolhidas pela inteligência ocidental apontam para a juventude e inexperiência dos homens destacadas pela Coreia do Norte. Citado pelo jornal The Guardian, o secretário de Estado norte-americano Anthony Blinken confirmou que a Rússia treinou estes soldados no uso de artilharia, drones e em operações de infantaria básica. Neste último ponto, estão incluídos exercícios de "limpeza" de trincheiras, treino que indica cabalmente que estas tropas estão a ser pensadas para a frente de batalha.

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