Ataque de Israel a casa no Norte de Gaza matou pelo menos 25 pessoas, incluindo 13 crianças

Novo bombardeamento no Hospital Kamal Adwan, o único a funcionar no norte do território palestiniano.

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Enterro de palestinianos numa vala comum em Beit Lahiya, nesta terça-feira Stringer / REUTERS
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Os ataques israelitas na Faixa de Gaza, centrados no norte do enclave palestiniano, mataram pelo menos 54 pessoas entre a madrugada e a tarde desta terça-feira. Ao mesmo tempo, o balanço de vítimas de um dos ataques da véspera, contra a casa de uma família na cidade de Beit Lahia, continua a aumentar: segundo responsáveis médicos citados pela agência de notícias Wafa (da Autoridade Palestiniana), há 25 mortos confirmados, incluindo 13 crianças, e mais pessoas sob os escombros.

As tentativas para resgatar sobreviventes entre os que ficaram soterrados no bombardeamento que atingiu a casa da família Al-Masry decorrem numa altura em que não há ambulâncias nem equipas da protecção civil a operar na zona, depois de Israel ter ordenado o seu recuo já na segunda-feira, de acordo com a Al-Jazeera.

Dos 54 mortos confirmados, 39 são de pessoas que estavam no Norte de Gaza, sitiado pelas Forças de Defesa de Israel (IDF), que ali lançaram uma grande ofensiva terrestre e aérea há um mês. A Reuters descreve que houve mortes em ataques aéreos contra Beit Lahiya, Deir al-Balah e Zawayda.

Nesta terça-feira, os aviões israelitas lançaram panfletos precisamente em Beit Lahiya, já perto da fronteira com Israel, com ordens para que a população que permanece em casa ou nos abrigos para deslocados abandone de imediato a cidade – uma ordem idêntica a tantas outras já recebidas em Beit Lahiya ou em qualquer localidade de Gaza.

Um relatório da organização não-governamental britânica Action for Humanity, que trabalha em Gaza, indica que 24% dos habitantes do enclave que pôde ouvir já foram deslocados dez ou mais vezes desde o início da guerra, em fuga da violência.

É em Beit Lahiya que fica o único hospital que ainda funciona na região Norte, o Kamal Adwan, que já foi alvo de inúmeros ataques e de múltiplos cercos. Num novo vídeo partilhado pelo director, Hossam Abu Safiya, ouve-se mais um bombardeamento que terá atingido os tanques de água do hospital, enquanto enfermeiros, pacientes e as suas famílias descem escadas em pânico.

Depois da última operação terrestre contra este hospital, na semana passada (com as IDF a alegar que ali estavam combatentes do Hamas), ficaram apenas dois médicos, incluindo Safiya, cujo filho foi morto por um tiro israelita e enterrado no exterior do hospital. Vários médicos e trabalhadores foram detidos, outros ficaram feridos. Nos últimos dias, por causa dos ataques aéreos, o pouco pessoal que resta não tem conseguido mover-se entre os diferentes serviços.

De acordo com a última actualização do ministério da Saúde de Gaza (dependente do Hamas) – que não distingue civis de combatentes, mas cujos números são considerados fiáveis pela ONU e por muitos países –, já morreram pelo menos 43.391 pessoas em Gaza na guerra lançada por Israel em Outubro do ano passado, depois dos ataques do Hamas contra comunidades israelitas junto à Faixa de Gaza.

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