Câmara de Cerveira reafirma pretensão de reverter instalação de hotel em castelo

O actual proprietário do espaço disse em Outubro à Lusa que a obra de adaptação do imóvel para hotel deve começar no “primeiro trimestre de 2025”.

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A autarquia diz que "tem vindo a desenvolver um Plano de Acção Local focado na revitalização e valorização do castelo" Renato Cruz Santos / ARQUIVO
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A Câmara de Vila Nova de Cerveira debate com parceiros europeus entre terça e quarta-feira o futuro do castelo do concelho tendo em vista "reverter a instalação de um hotel" no imóvel do século XIII, adiantou a autarquia. "O executivo cerveirense pretende transformar o Castelo de Cerveira num espaço vivo, culturalmente rico e acessível, servindo como um motor para a educação, cultura e desenvolvimento económico local. Para essa concretização, é preciso reverter o projecto Revive e devolver o castelo ao usufruto de toda a população e dos turistas", descreve, em comunicado, aquela câmara do distrito de Viana do Castelo.

A intenção do presidente da autarquia, Rui Teixeira (PS), foi reafirmada a propósito do Encontro Internacional do projecto AR.C.H.ETHICS - Architecture, Citizenship, History and Ethics to shape Dissonant Heritage in European Cities, do programa URBACT IV, que se realiza terça e quarta-feira em Vila Nova de Cerveira, explica o município. Desde o início do mandato, em 2021, que o executivo quer reverter a decisão do Turismo de Portugal que, em 2019, concessionou por um período de 50 anos o castelo tendo em vista a instalação de um hotel no imóvel do século XIII.

O actual proprietário do espaço disse em Outubro à Lusa que a obra de adaptação do imóvel para hotel deve começar no "primeiro trimestre de 2025". Citado no comunicado divulgado nesta terça-feira pelo município, o presidente da Câmara destacou que o grupo de representantes europeus pode, "com ideias, testemunhos e experiências diversificadas na revitalização de património dissonante", testemunhar "a beleza, imponência e importância do castelo para a vila, vendo como o abandono a que está sujeito e debatendo as potencialidades".

O município é um dos nove parceiros europeus da rede AR.C.H.ETHICS, financiada a nível europeu, e "tem vindo a desenvolver um Plano de Acção Local focado na revitalização e valorização do castelo", refere a autarquia na nota de imprensa. De acordo com o site da autarquia, a rede AR.C.H.ETHICS "pretende encontrar soluções para construir políticas urbanas sustentáveis com o objectivo de aprofundar o conhecimento sobre novas formas de gestão desse património desafiador".

O projecto tem ainda por objectivo "abrir novas perspectivas e oportunidades para potenciar o património como atracção de investimentos e gerador de oportunidades culturais e turísticas, bem como tornar as cidades mais atractivas e inclusivas". Além de Cerveira, integram a rede os municípios de Cesena (Itália), Kazanlak (Bulgária), Cracóvia e Gdansk (Polónia), Bétera (Espanha), Leros (Grécia), Leipzig (Alemanha) e Permet (Albânia). No castelo mandado construir pelo rei Dom Dinis, classificado como monumento nacional, funcionou, entre 1982 e 2008, uma Pousada de Portugal, encerrada pelo grupo Pestana a pretexto de obras de reabilitação.